Avatar e Recursos Tridimensionais Interativos em Plataforma Digital de Ensino de LIBRAS
Avatares de sinais 3D; Protótipo; LIBRAS; Design instrucional
Ferramentas digitais têm sido utilizadas para inclusão de pessoas da comunidade Surda como suporte de ensino e tradução. Estudos evidenciam que avatares animados têm boa aceitação dos usuários e podem reproduzir satisfatoriamente a riqueza de expressão facial e física. Porém, a maioria dessas ferramentas ainda é alvo de críticas quanto à qualidade da execução dos sinais, sobretudo os não manuais. A presente pesquisa busca responder a seguinte questão: a customização e interação em ambiente 3D são relevantes para o ensino de LIBRAS quando comparados ao ensino com vídeos animados? O objetivo principal da presente pesquisa foi investigar se as possibilidades de customização e interação em ambiente 3D são relevantes para o ensino de LIBRAS em comparação ao ensino com vídeos animados, ou seja, sem possibilidade de customização e interação. Para atingir o objetivo buscou-se os seguintes objetivos específicos: (1) aplicar um método para o desenvolvimento de protótipo de plataforma 3D para ensinar o alfabeto de LIBRAS utilizando os conceitos de Design Instrucional, Design Inclusivo e Design da Informação; (2) analisar a percepção dos usuários com uma versão α do protótipo para agregá-los ao processo de desenvolvimento seguindo os pressupostos do design inclusivo; e (3) aplicar um segundo teste com uma versão β para comparar a percepção dos usuários em relação ao uso da plataforma 3D desenvolvida e ensino com formato de vídeo animado. Os resultados mostraram que a experiência de aprendizagem com o uso de avatar foi considerada satisfatória pelos usuários, sem resistência significativa ao seu uso, tanto na versão interativa como em vídeo. A maioria dos voluntários considerou que o avatar em questão apresentava características suficientes para transmitir os sinais de LIBRAS. Também acreditam que o uso de avatar ajuda a captar a atenção durante as lições e tornam a experiência de aprendizado estimulante. Na avaliação comparativa entre as duas versões de aprendizado, a plataforma 3D foi apontada por 51,9% como modelo mais eficaz de ensino e 46,2% acreditam que é o vídeo animado. Algumas questões que são exclusivas da versão em ambiente 3D mostraram-se indispensáveis para a maioria dos usuários, como a possibilidade de customização do avatar, que está relacionada à representatividade. A opção mais citada foi “representatividade cultural” (55,8%), seguida por “diversidade de raças” e “aspectos biofísicos” (50% cada), “diversidade de gênero” (42,3%), “aparência, moda e estilo” (38,5%), “sazonalidades” (26,9%) e “orientação sexual” (23,1%). A maioria também indicou que prefere criar avatares que se aproximem da sua real imagem ou de como se percebem. Além disso, os usuários mostraram majoritariamente o interesse na flexibilidade de mudança da imagem de plano de fundo da plataforma e visualização em torno do avatar, possível apenas na versão em ambiente 3D. Conclui-se que apesar de não ter havido diferença discrepante de avaliação entre os dois formatos, a plataforma 3D sobressai-se à medida que características de customização e flexibilidade de visualização, exclusivas deste formato, mostraram-se importantes na avaliação dos usuários. Este estudo, portanto, destaca aspectos a serem considerados na concepção de ferramentas de aprendizado de LIBRAS, tanto no cuidado com a reprodução dos sinais, quanto na contemplação de recursos de interação e representatividade. |