Design inclusivo e democracia: perceber o outro e influenciar o coletivo pela visibilidade de recursos assistivos digitais
design inclusivo; cidadania; coletividade; recursos assistivos digitais; visibilidade
As tecnologias de acessibilidade aos bens sociais tangíveis e intangíveis são instrumentos de inclusão. A pesquisa busca compreender se a visualidade de recursos assistivos digitais criados para pessoas com deficiências auditivas e visuais favorece a percepção do outro, diferente de si. A partir de uma abordagem analítica crítico-reflexiva, questiona-se a disponibilização personalizada dessas tecnologias na garantia individual de direitos, desvinculada da noção de pessoa com deficiência como grupo social. São feitos apontamentos sobre o papel e a responsabilidade do designer ao criar recursos assistivos, tendo em vista a diversidade, a cidadania e a democracia. Os estudos sobre personalização e design de experiência do usuário se unem aos de design inclusivo para embasar a reflexão. O método de pesquisa foi a revisão de literatura bibliográfica e, em um dos tópicos, uma revisão sistemática com análise bibliométrica. Os resultados da pesquisa mostram que o atendimento ao indivíduo não visibiliza necessariamente um problema coletivo. E, nesse sentido, personalizar, apesar de suas vantagens no que diz respeito à inclusão, reduz e esconde complexidades sociais. Viu-se que soluções coletivas que criem uma conexão comum, mas enxergam as diferenças, podem contribuir para a prática cidadã em uma democracia. Concluiu-se também que a academia, nos últimos anos, tem olhado para o design inclusivo com foco no modelo médico e não social e, ainda, no consumo e não na cidadania.