Memórias inscritas na pedra: Trilha dos Escravos
Trilha dos Escravos, cartografia sentimental, memória cultural, história local
Esta dissertação, com foco na Trilha dos Escravos e no Rego das Cabaças como espaços de memória e resistência cultural, utiliza a metodologia da cartografia sentimental de Suely Rolnik para mapear as dimensões físicas e subjetivas dessas trilhas no Planalto Central. Ao integrar mapas geográficos com narrativas pessoais, o estudo busca revelar os significados esquecidos e conectar o espaço à memória coletiva. A pesquisa analisa a trilha como um testemunho do sofrimento e da resiliência das comunidades locais, refletindo as transformações vividas ao longo do tempo. A Trilha dos Escravos e o Rego das Cabaças se tornam símbolos da brutalidade do sistema colonial, evidenciando o impacto da escravidão na formação da identidade social e territorial da região. A dissertação destaca a importância de preservar esse patrimônio ameaçado pelo esquecimento, promovendo discussões sobre história, memória e identidade. A cartografia sentimental permite resgatar as histórias locais, fortalecer os vínculos culturais e instigar novas reflexões sobre as práticas de preservação e resistência cultural. A metodologia proposta por Rolnik se mostra fundamental para revelar as marcas emocionais, históricas e simbólicas presentes na Trilha dos Escravos e no Rego das Cabaças. A pesquisa evidencia como a interação com a paisagem do Cerrado moldou as narrativas culturais e como a memória resiste mesmo diante do apagamento histórico imposto pela colonização e urbanização. Ao analisar a Trilha dos Escravos como um "mosaico de histórias", a dissertação demonstra como as experiências dos escravizados, dos bandeirantes e a interação com a natureza se entrelaçam, criando uma trama de significados que desafiam as interpretações lineares da história. Conclui-se que a abordagem sentimental, ao mapear as marcas subjetivas da história no espaço, contribui para a construção de uma memória coletiva mais justa e inclusiva, reconhecendo a importância da Trilha dos Escravos e do Rego das Cabaças como espaços de resistência e resiliência cultural