Avaliação do metaborreflexo muscular em voluntários com intolerância ao exercício na COVID longa: estudo observacional caso-controle.
Síndrome pós-COVID-19 aguda, tolerância ao exercício, fenômenos fisiológicos cardiovasculares, doença do sistema nervoso autonômico, e metaborreflexo muscular.
Introdução: Uma parcela significativa dos pacientes recuperados da COVID-19 apresenta sintomas crônicos, como fadiga e intolerância ao exercício denominada COVID longa. Embora vários estudos tenham investigado a relação entre a fadiga e a intolerância ao exercício com o comprometimento autonômico e endotelial, a influência do metaborreflexo muscular ainda não foi descrita. Objetivo: Investigar a resposta do metaborreflexo muscular (MRM) em pacientes com intolerância ao exercício na COVID longa. Materiais e métodos: Estudo observacional caso-controle, do tipo cruzado, incluindo voluntários com COVID longa apresentando intolerância ao exercício, definido pelo teste cardiopulmonar de exercício (TCPE), provenientes do Distrito Federal e entorno, comparados a participantes sem sequelas pós-COVID. As avaliações iniciais serão realizadas em 4 dias: Dia (D), momento 1 (D1): avaliação clínica, aplicação de questionários e TCPE; D2: familiarização com hangrip (HG), avaliação da contração voluntária máxima (CVM) e análise da função endotelial pela dilatação fluxo-mediada (DFM); D3: serão avaliados a função cardíaca por meio do ecocardiograma transtorácico e o eletrocardiograma de repouso. No D4, após as avalições iniciais e familiarização com o protocolo experimental, será avaliado o MRM utilizando HG com 30% da CVM associado à oclusão circulatória pós-exercício (OCPE). Nesse dia, os voluntários serão aleatorizados em dois grupos: OCPE- (após exercício com HG não serão submetidos à OCPE) para OCPE+ (serão submetidos à OCPE). Durante o protocolo de MRM será avaliada a função autonômica pela variabilidade da frequência cardíaca; monitoradas a pressão arterial e a frequência cardíaca (monitor automático oscilométrico); avaliados o fluxo sanguíneo e resistência vascular periférica (ultrassom); e analisado a extração de oxigênio muscular periférica (espectroscopia de infravermelho próximo). Resultados esperados: As possíveis descobertas que podem surgir do presente estudo incluem resposta atenuada do MRM, disfunção autonômica, prejuízo na função endotelial, comprometimento da função cardíaca e redução na extração de oxigênio da musculatura esquelética em pacientes com COVID Longa e intolerância ao exercício. Tais dados contribuirão na compreensão do papel do MRM nessa população e auxiliariam no esclarecimento dos mecanismos envolvidos na intolerância ao exercício. Esses achados possuem relevância clínica na elaboração de futuras estratégias avaliativas e terapêuticas dessa condição, promovendo melhora do prognóstico e da qualidade de vida.