Perfil da resistência antimicrobiana de bactérias Escherichia coli e Staphyloccoccus aureus isoladas de queijos artesanais comercializados no Distrito Federal
Resistência antimicrobiana. Qualidade do alimento. Queijo artesanal. Escherichia coli. Staphylococcus aureus
Introdução: Considerando que os queijos apresentam um processo de produção com diversas etapas de manipulação, estes fornecem condições de multiplicação para microrganismos potencialmente patogênicos, tais como Escherichia coli e Staphylococcus aureus. No Distrito Federal, os queijos artesanais são vendidos em feiras permanentes e não possuem características que estabelecem padrões mínimos de segurança alimentar, tais quais a data de fabricação e validade, descrição da origem do produto e selos de inspeção. Objetivos: Dessa forma, este trabalho objetiva avaliar a qualidade microbiológica de queijos de fabricação artesanal comercializados nas feiras permanentes do Distrito Federal, com ênfase na confirmação molecular de genes de virulência e de resistência para as bactérias E. coli e S. aureus isoladas desses queijos. Materiais e métodos: As amostras de queijos artesanais (Minas Frescal e Coalho) foram coletadas de diferentes feiras permanentes no Distrito Federal. As análises microbiológicas foram: contagem total dos microrganismos mesófilos e psicrotróficos, determinação do Número Mais Provável de coliformes totais e de coliformes termotolerantes, contagem de S. aureus e pesquisa de Salmonella spp. As cepas de E. coli e S. aureus isoladas dos queijos foram submetidas ao teste de susceptibilidade a antimicrobianos usando a técnica de disco difusão (técnica de Kirby-Bauer). E por fim, foi realizado a genotipagem através da técnica de reação de cadeia de polimerase para confirmação de genes de virulência e genes de resistência a antimicrobianos dos microrganismos E. coli e S. aureus. Resultados parciais: No total, 91,7% (22/24) das amostras de queijos tipo coalho artesanais analisadas neste estudo estavam impróprias para o consumo de acordo com a legislação brasileira por exceder o limite aceitável para coliformes termotolerantes e/ou S. aureus. A partir da análise de 24 amostras de queijos de coalho, foram isoladas 23 cepas de E. coli e 37 cepas de S. aureus. As cepas de E. coli mostraram maior resistência a sulfonamida (82,61%), cefotaxima (47,83%), ciprofloxacina e gentamicina (39,13%). As cepas de S. aureus apresentaram maior resistência a sulfonamida (86,49%), cefoxitina (78,38%) e gentamicina (48,65%). A partir das 22 amostras de queijos do tipo Minas Frescal artesanais foram isoladas 104 cepas de E. coli e 135 cepas de S. aureus. As cepas de E. coli apresentaram maior resistência a sulfonamida (85,58%), a tetraciclina (32,69%), seguido pela ciprofloxacina (23,08%). As cepas de S. aureus apresentaram maior resistência à sulfonamida (71,85%) e à cefoxitina (36,30%), seguido por tetraciclina (20,00%). Considerando a resistência à cefoxitina equivalente a resistência a oxacilina, 36,30% das cepas 4 podem ser classificadas como MRSA. Foram obtidas taxas de multirresistência de 33,65% (35/104) nas cepas de E. coli, e 20,00% (27/135) nas cepas de S. aureus.