DOMÍNIOS DE INTENSIDADE DE EXERCÍCIO DETERMINADOS PELA FREQUÊNCIA CARDÍACA NOS LIMIARES VENTILATÓRIOS: ESTUDO SOBRE AS RECOMENDAÇÕES PARA A PRESCRIÇÃO DA REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR E DESENVOLVIMENTO DE NOVAS METODOLOGIAS
Doença Cardiovascular, Reabilitação Cardíaca, Teste de Exercício, Teste de Exercício Cardiopulmonar, Exercício, Diretrizes de Planejamento em Saúde.
Introdução: A prescrição de exercícios é um dos pilares de uma reabilitação cardiovascular (RCV) eficiente e segura. Embora a identificação direta dos limiares ventilatórios (LVs) pelo teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) seja o padrão-ouro, esta ferramenta nem sempre está disponível e a prescrição por métodos indiretos permanece desafiadora. Objetivos: Comparar as respostas de frequência cardíaca nos LVs, identificadas pelo TCPE, com as recomendações das diretrizes atuais de RCV para prescrição de exercícios físicos em indivíduos com cardiopatias; propor nova metodologia para definição dos parâmetros de prescrição; e comparar a acurácia de diferentes métodos de prescrição (recomendações de diretrizes e novas equações). Métodos: Estudo transversal retrospectivo, que avaliou 972 TCPE máximos em esteira de pacientes com doenças cardiovasculares (DCV). Os LVs foram identificados e comparados às recomendações de prescrição reportadas nas diretrizes para domínios de intensidade de exercício. Análises de regressão multilinear foram realizadas para gerar equações de predição para frequência cardíaca (FC) nos LVs. A acurácia foi avaliada pelo erro absoluto percentual médio (MAPE) dos métodos de prescrição. Resultados: Uma dispersão significativa das respostas individuais foi encontrada para ambos os LVs, sendo que o mesmo nível relativo de esforço correspondeu a diferentes domínios de intensidade baseados nas diretrizes. Foram desenvolvidas equações específicas para pacientes com DCV, utilizando variáveis do teste ergométrico, com r2 de 0,726 para o primeiro limiar ventilatório (LV1) e 0,901 para e segundo limiar ventilatório (LV2). O MAPE para a equação do LV1 foi de 6,0% e de 4,3% para LV2, ambos menores do que os valores calculados para outros métodos de prescrição indireta, baseados em percentuais da FC pico medida e prevista, recomendados pelas diretrizes (9,5 a 28,6% para LV1 e 5,8 a 24,5% para LV2), o que indica melhor acurácia das novas equações. Em relação aos métodos de prescrição baseados nos percentuais da FC de reserva, a nova equação para LV1 revelou acurácia semelhante às recomendações europeia e americana, porém superior à recomendação brasileira. Em relação ao LV2, a nova equação mostrou melhor acurácia do que as recomendações das diretrizes. Conclusões: Os domínios de intensidade de exercício baseados em diretrizes para RCV revelaram inconsistências e heterogeneidade importantes, o que limita os métodos atualmente empregados. Novas equações adaptadas para pacientes com DCV foram desenvolvidas e demonstraram acurácia superior, indicando que essa metodologia pode ser uma alternativa válida quando o TCPE não está disponível.