''Monitoramento da política de financiamento de pesquisas em Covid-19 no Brasil, 2020-2021 numa perspectiva da equidade.''
Pesquisa em saúde; Financiamento à pesquisa; Pesquisa e desenvolvimento tecnológico; Covid-19; Brasil
Introdução: Com a rápida expansão do Covid-19, as dificuldades de estabelecer respostas rápidas e efetivas foram eminentes. Existia a necessidade urgente de investir esforços, especialmente na pesquisa científica, como potente instrumento de resposta para questões emergentes da doença, com medidas capazes de trazer evidências quanto às políticas públicas e intervenções mais adequadas frente aos problemas decorrentes da pandemia. Objetivo: Analisar a colaboração interinstitucional entre governo, e agências de fomento à pesquisa nacional e estadual, e secretarias de saúde e de ciência e tecnologia estaduais para o lançamento de Chamadas de apoio à pesquisa e desenvolvimento tecnológico sobre COVID-19 no Brasil entre 2020 e 2021 e examinar a distribuição do número de pesquisas e recursos financeiros entre instituições beneficiadas nas Unidades Federadas e regiões do país, os temas estudados e os tipos de pesquisa financiados. Metodologia: Estudo retrospectivo de análise documental dos editais públicos nacionais e estaduais sobre Covid-19 lançados entre 2020 e 2021 e dos resultados do financiamento, fomentado por órgãos governamentais e agências de fomento à pesquisas nacionais e estaduais. Foram extraídos dados sobre recursos financeiros ofertados, instituições colaboradoras dos editais, número de pesquisas e valores financiados, natureza das instituições beneficiadas e tipo de pesquisas financiadas. A coleta aconteceu entre outubro de 2021 a outubro de 2022. Resultados: Em 2020 e 2021 foram lançados 55 editais de fomento à pesquisa (PPP$ 249,50 milhões) com a cooperação de 29 instituições. Foram financiadas 864 pesquisas beneficiando 257 instituições brasileiras, principalmente universidades públicas e empresas privadas. Em 2020 ocorreu a maior mobilização de recursos (PPP$ 196,91 milhões), no lançamento de chamadas públicas de apoio a pesquisas (45). Porém, não acompanhou o maior pico de casos de COVID-19 e mortalidade no país. Pesquisas biomédicas e clínicas foram as mais financiadas. Conclusão: Os resultados do estudo reforçam a necessidade do incentivo da ciência para a análise de muitos questionamentos impostos pela Covid-19. A colaboração de instituições de fomento à pesquisas no país potencializam os serviços e sistemas de políticas de saúde, além de colaborar com respostas diante das emergências de saúde. Ressalta-se a importância de articular esses impactos na definição de prioridades, financiamento e monitoramento às pesquisas sobre a Covid-19.