EFEITOS DA ESPECIFICIDADE DO TREINO MUSCULAR INSPIRATÓRIO EM INDIVÍDUOS COM LESÃO MEDULAR ESPINHAL
Traumatismo da medula espinhal, Músculos respiratórios, Treino muscular inspiratório.
Introdução: A lesão medular espinhal (LME) é toda injúria nas estruturas contidas no canal medular, podendo levar a alterações motoras, sensitivas, autonômicas e psicoafetivas. A função pulmonar do paciente com LME cervical encontra-se comprometida pela alteração da biomecânica da caixa torácica devido à paralisia da musculatura abdominal e intercostal e, em alguns casos, devido à perda total ou parcial da função do diafragma. Objetivo: avaliar o efeito da especificidade do treino muscular inspiratório (TMI) em indivíduos com lesão medular espinhal, tetraplégicos crônicos. Metodologia: Ensaio clínico randomizado, cego e controlado com indivíduos diagnosticados com LME motora completa, classificado como tetraplegia crônica. Os participantes foram randomizados em três grupos: GI (TMI 30% SIndex), GII (TMI 50% S-Index) e GIII (fisioterapia convencional), avaliados antes e após o protocolo de TMI por meio de manovacuometria, espirometria, pico de fluxo de tosse, pressão máxima sustentada, resistência pulmonar, S-Index, questionário de qualidade de vida (WHOQOL-BREF) e capacidade funcional (SCIM – SR). O TMI foi realizado 2 vezes ao dia, 5 dias na semana com duração de 30 minutos. A fisioterapia convencional foi realizada em todos os grupos, duas vezes ao dia, cinco dias da semana, com sessões de 30 minutos. A duração da intervenção em ambos os grupos foi de 4 semanas. Resultados: 10 indivíduos participaram do estudo, todos do sexo masculino, com idade média de 31,80±9,59 anos. O GI apresentou melhores valores para Pressão Inspiratória Máxima (PImáx) quando comparado ao GII e GC (-90,00 ± 30,00 vs -55,00 ± 13,23, p=0.11, -66,25 ± 11,09 vs -55,00 ± 17,32, p=0.11, - 78,33 ± 24,66 vs -70,00 ± 17,32, p=0.18, respectivamente). Não houve diferença entre as variáveis respiratórias, qualidade de vida e funcionalidade. O S-Index medido semanalmente apresentou diferença significante para o GI quando comparado aos demais. Conclusão: Indivíduos com LME tetraplégicos, motores completos crônicos podem se beneficiar de treinos com cargas menores. O S-Index pode ser incrementado com treino de 4 semanas no grupo com TMI de cargas baixas. A qualidade de vida e funcionalidade não apresentaram mudanças significativas após TMI.