Otimização da Prescrição da Intensidade do Exercício Aeróbico na Reabilitação Cardiovascular: Desafios e Soluções
Reabilitação Cardíaca, Exercício, Terapia por Exercício, Teste de Exercício, Doenças Cardiovasculares, Guias de Prática Clínica como Assunto.
Esta tese de doutorado segue o formato de artigo científico, aderindo às normas da Universidade de Brasília e da Universidade de Hasselt. O tema central é a prescrição da intensidade do exercício aeróbico na reabilitação cardiovascular (RC), abordando desafios e estratégias de otimização em quatro artigos publicados. No primeiro, comparamos as respostas ao exercício nos limiares ventilatórios (LVs) em indivíduos com doenças cardiovasculares, avaliados por teste cardiopulmonar do exercício (TCPE) em esteira, com as faixas de intensidade recomendadas por diretrizes. Identificamos inconsistências e propusemos uma nova solução para otimização da prescrição indireta, com o desenvolvimento pioneiro de equações preditivas para frequência cardíaca (FC) nos LVs, usando parâmetros do teste ergométrico convencional. No segundo artigo, examinamos uma amostra multicêntrica de oito países europeus (TCPE em cicloergômetro) e introduzimos equações preditivas para a FC nos LVs e uma prescrição ajustada do percentual da FC de reserva (%FCR). Validamos nossas abordagens em uma amostra sul-americana (ambos ergômetros), comparando com as faixas de intensidade das diretrizes e explorando a intercambialidade dos ergômetros. O terceiro artigo explorou a especificidade das respostas ao esforço por sexo, para identificação de possível necessidade de recomendações distintas de prescrição. O quarto artigo ofereceu uma perspectiva atualizada sobre a prescrição da intensidade do exercício aeróbico em RC, examinando diretrizes internacionais, a acurácia das abordagens e a aplicabilidade prática em diferentes contextos clínicos. A conclusão da tese aponta que as recomendações das diretrizes internacionais variam significativamente e apresentam inconsistências notáveis em relação às respostas individuais. Outro desafio é a imprecisão do método de prescrição por porcentagem da FC máxima, com ênfase na descrição de uma limitação matemática significativa em sua aplicabilidade, anteriormente não relatada. Quando a abordagem ideal baseada em limiares do TCPE está indisponível, nossos estudos revelaram que as equações preditivas validadas de FC nos LVs e a faixa ajustada de %FCR (42–77%) são as alternativas mais precisas. Esses métodos superam as abordagens baseadas em diretrizes para FC e demonstram efeitos mínimos de especificidade do ergômetro na estimativa da FC nos LVs. Adicionalmente, os métodos de prescrição de intensidade atualmente recomendados em RC possivelmente não necessitam ajustes significativos por sexo. Finalmente, em locais com menos recursos, realizar pelo menos um teste funcional submáximo é essencial para avaliar as respostas individuais e quantificar a condição física. Métodos subjetivos (escala de percepção de esforço de Borg, teste da fala) devem complementar os objetivos para refinamento das prescrições de intensidade.