Colaboração Interprofissional em Tempos de Pandemia do Coronavírus
Relações interprofissionais. Educação interprofissional. Cuidados Críticos. SARS-CoV-2
Introdução: Na pandemia do COVID-19, a procura por leitos de Unidade de Terapia Intensiva aumentaram significativamente. Os pacientes acometidos pelo vírus rapidamente agudizavam, necessitando de cuidados intensivos. A dinâmica do trabalho em situações complexas, especialmente em ambiente crítico e instável, requer estreita colaboração entre os profissionais, e envolve fatores interacionais, assim como, sistêmicos e organizacionais. Objetivo: Este estudo tem como objetivo analisar a colaboração interprofissional efetiva em cenário de cuidados críticos. Material e Métodos: Trata-se de estudo exploratório e descritivo, com abordagem mista exploratória sequencial com profissionais de Terapia Intensiva/COVID-19 de um hospital público em Brasília - Distrito Federal. Realizado em duas etapas. Na 1ª etapa foi realizada abordagem qualitativa, que ocorreu por meio de observação sistemática, naturalista e participante. Na 2ª etapa, foi realizada uma abordagem quantitativa, que foram coletadas por meio de questionário semi-estruturado e escalas adaptadas, validadas no Brasil e traduzidas. Resultados: A observação sistemática ocorreu por 3 meses, o qual foi possível identificar em meio ao cenário adverso e cheio de tensões, o processo efetivo de colaboração interprofissional. 42 profissionais participaram da pesquisa, a maioria dos profissionais eram do sexo feminino, brancos, da equipe de enfermagem (enfermeiros e técnicos de enfermagem), com idade entre 35 à 44 anos, com o tempo de prática na profissão em média de 16 anos, sendo em média 11 anos destinados aos cuidados à pacientes críticos e relataram que estavam atuando junto à equipe da unidade em média há 6 anos. A carga horária de trabalho predominante por profissional é de 40 horas semanais. A pontuação média total da AITCS II-BR somou 80 pontos. Quando analisada a EJARCI, a média de escore apresentada entre todas as profissões foi de 128,7. Discussão: Foi possível analisar o processo efetivo de colaboração interprofissional, quanto aos aspectos: 1. relacional, através das mudanças na composição da equipe; 2. processual, por meio dos treinamentos, em face a imprevisibilidade da nova doença; 3. organizacional, pela necessidade de contratação emergencial de novos profissionais e aquisição de insumos, para o atendimento e proteção da equipe; 4. contextual, a situação local e mundial da COVID-19. Conclusão: Os desafios para colaboração interprofissional neste cenário, transformaram-se em oportunidades para assegurar uma melhor atenção à saúde, com lições aprendidas que tem implicações na prática cotidiana. Foram observados os 4 fatores que interferem na colaboração interprofissional.