Influência de alterações em padrões moleculares no prognóstico de pacientes portadores do Câncer da Tireoide submetidos a doses do Radiofármaco Iodeto de Sódio (131I).
carcinoma papilífero de tireoide, polimorfismo genético, BAX -248 G>A, BCL2 GCC>ACC (Ala43Thr), IL12B +1188 A>C e MAOA uVNTR.
O carcinoma da glândula tireoide corresponde a aproximadamente 1% de todos os carcinomas, porém, é a neoplasia endócrina de maior prevalência no mundo; sendo que o carcinoma folicular de tireoide corresponde entre 10 a 25% dos tumores malignos desta glândula, dependendo da população estudada. O carcinoma papillífero de tireoide (CPT) é o subtipo mais comum e apresenta o melhor prognóstico geral, as metástases mais comumente envolvem os linfonodos cervicais e, menos comumente, os pulmões. Dentre os diversos marcadores moleculares descritos encontram-se as variantes genéticas que podem ser compreendidas como a presença de alteração molecular em pelo menos 1% da população, conhecida como polimorfismo. Marcadores moleculares do câncer de tireoide são encontrados em mais de 70% de carcinomas diferenciados e a compreensão dos seus diversos mecanismos moleculares é favorável a novas perspectivas para o seu diagnóstico e tratamento. O objetivo do presente estudo é determinar a prevalência de polimorfismos genéticos BAX -248 G>A, BCL2 GCC>ACC (Ala43Thr), IL12B +1188 A>C, MAOA uVNTR, IL 13 +2044 G>A Arg110Gln, IL 4 VNTR, IL 5 -703 C>T, e dosar a concentração de proteínas séricas em pacientes portadores do câncer da tireoide que foram submetidos ao tratamento com o Radiofármaco Iodeto de Sódio (131I) e comparar com o grupo sadio no acompanhamento, tratamento, prognóstico e estadiamento da doença, em um estudo prospectivo e de caso controle. Até o presente momento foi realizada análise genotípica, utilizando técnicas de amplificação e restrição enzimática, dos seguintes genes: BAX -248 G>A, BCL2 GCC>ACC (Ala43Thr), IL12B +1188 A>C e MAOA uVNTR. Este estudo é pioneiro na análise de tais polimorfismos associados ao CPT em uma amostra do Distrito Federal, Brasil. O estudo concluiu que quanto a presença do alelo G no polimorfismo do gene BAX (-248 G>A) e a ocorrência de câncer de tireoide, o alelo G é mais comum entre os grupos (p=0,009) e, ao se analisar os genótipos dicotomizados, o genótipo GG é um fator de proteção para a ocorrência do Carcinoma Papilífero de Tireoide (p=0,012; OR= 0,313; IC=0,123-0,794). O polimorfismo MAOA uVNTR apresentou diferença estatística entre sexo e os diferentes tipos de genótipo (p=0,029) demonstrando que há uma proteção para mulheres terem o genótipo LL (OR=0,17; IC=0,03-0,89). Analisando o mesmo polimorfismo e associando o estadiamento TNM com os pacientes diagnosticados com CPT, observou-se diferença estatisticamente significantes entre os pacientes com estadiamento T1+T2 que portavam o genótipo LL os que portavam genótipo LS+SS (p=0,015).