FUNÇÃO DE DEGLUTIÇÃO, INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL E POLIMORFISMO BDNF VAL66MET EM PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO PRIMÁRIO
acidente vascular cerebral, transtornos de deglutição, BDNF, polimorfismo genético, polimorfismo de nucleotídeo único, desempenho físico funcional
O acidente vascular cerebral (AVC) é definido como um déficit neurológico decorrente de lesão focal aguda do sistema nervoso central, configurando-se como a segunda principal causa de morte e a terceira de morte e incapacidade combinadas no mundo. O gene do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) tem sido amplamente investigado por seu papel na recuperação neurológica, sendo considerado um mediador essencial no processo pós-AVC. Esta revisão sistemática teve como objetivo analisar a influência da variante BDNF Val66Met (rs6265), em especial do genótipo GG (Val/Val), na recuperação de pacientes com AVC primário nas fases aguda e subaguda precoce. Foram realizadas buscas em três bases de dados, resultando na inclusão de 10 estudos, majoritariamente conduzidos na Coreia do Sul, além de dois na Polônia e um na Itália. O tamanho amostral variou de 14 a 206 participantes, e o tempo entre o ictus e a avaliação oscilou de 2 dias a 3 meses. Todos os estudos incluíram indivíduos com AVC isquêmico, e sete também contemplaram casos hemorrágicos. Os desfechos avaliados envolveram recuperação motora, excitabilidade cortical, função de deglutição e função da linguagem. O alelo Met (Val/Met ou Met/Met) foi o mais prevalente e frequentemente associado a piores desfechos, embora alguns estudos não tenham identificado associação significativa. Esses achados reforçam a complexidade da recuperação pós-AVC e apontam para a necessidade de novas pesquisas em diferentes populações, com amostras mais robustas e metodologias padronizadas.