ESTUDO OBSERVACIONAL TRANSVERSAL DO ENVOLVIMENTO DE PARTICIPANTES E PÚBLICO NA BUSCA DE DISPOSITIVOS ASSISTIVOS PARA A MOBILIDADE DE USUÁRIOS DA ATENÇÃO DOMICILIAR
Equipamentos de autoajuda. Serviços de assistência domiciliar. Atenção primária à saúde
Atenção domiciliar compreende a assistência em saúde realizada por equipe multiprofissional e em conjunto com cuidadores formais ou informais para pessoas com condições de saúde geradoras de estados crônicos e agravados, porém estáveis. Poucas pesquisas exploraram as estratégias para mobilidade empregadas pelos usuários da atenção domiciliar. Assim, O presente estudo objetivou explorar limites e possibilidades em se propor soluções tecnológicas centradas na percepção do próprio usuário da internação domiciliar, coberta pela Região de Saúde Oeste do Distrito Federal. Delineamos estudo observacional transversal, por meio de visitas aos internados no domicílio dessa região. Dentre os 95 cadastros ativos em 2018, fomos bem-sucedidos em agendar 49 visitas, georreferenciadas predominantemente nos centros urbanos de Ceilândia e Brazlândia. A amostra teve maior prevalência de adultos do sexo masculino, casados e assistidos por cuidadores informais. Ao todo, registramos 142 códigos de doenças, com maior prevalência para doenças do aparelho circulatório, simultânea ao relato de queixas de dor principalmente afetando cabeça, pescoço e membros inferiores. O WHODAS revelou escore geral de incapacidade moderado (25 a 49%), ainda que com significativo agravo para o escore no domínio da mobilidade (80%) e melhora no domínio das relações interpessoais (20%). Dentre os dispositivos de Tecnologia Assistiva em uso, prevaleceu aqueles para auxílio na vida diária e para mobilidade, perfazendo juntos quase metade dos dispositivos identificados na visita. A percepção dos participantes apontou valiosas possibilidades, limitações e requisitos para aperfeiçoamento de dispositivos voltados à mobilidade – inspirando a concepção de ideias para o ato criativo e o aprimoramento de soluções já existentes, contribuindo para a inovação tecnológica. Concluímos que a ausência de locais de manutenções dos dispositivos, a falta de ajustes e adequações individuais e personalizadas, bem como as barreiras ambientais e dificuldades para aquisição das tecnologias foram limites. A criação ou aquisição de dispositivos para transferência e mudanças de decúbitos no leito, junto com as adaptações e ajustes personalizados em dispositivos já existentes forneceram subsídios e possibilidades reveladas pela percepção do usuário.