Associação entre o aleitamento materno, processamento sensorial e habilidades funcionais de crianças prematuras
Aleitamento materno, Rescém-nascido prematuro; desenvolvimento infantil, terapia ocupacional.
A associação entre prematuridade e alterações no processamento sensorial é uma tendência apontada na literatura. Sabe-se que nos prematuros o desenvolvimento neurológico pode ser afetado tanto em suas estruturas, quanto em suas funções. A literatura aponta que as alterações no processamento sensorial têm mostrado implicações no desenvolvimento motor, social e cognitivo, podendo repercutir no desempenho funcional até a vida adulta. Sabe-se ainda que o aleitamento materno tem mostrado importante papel no que se refere a diminuição de riscos para o desenvolvimento. Questiona-se se o aleitamento materno de exclusividade até os seis meses (AME) tem relação positiva com melhores indicadores do processamento sensorial e de habilidades funcionais de crianças nascidas prematuras. Objetivo: Investigar a associação entre amamentação exclusiva (até os seis meses de idade), processamento sensorial e habilidades funcionais de crianças nascidas prematuras entre 12 e 18 meses de idade cronológica e corrigida. Métodos: Trata-se de estudo transversal, analítico e quantitativo do tipo caso-controle, em que o grupo caso (G1) foi constituído de crianças prematuras que não receberam AME, e o grupo controle (G2) foi composto por crianças prematuras que receberam AME. Foram avaliados o histórico de aleitamento materno, o processamento sensorial e as habilidades funcionais de crianças prematuras. Foram aplicados os testes estatísticos: T de estudante e U de Mann Whitney, e teste do extado de Fisher do Qui Quadrado para comparar os resultados entre os grupos, além de R Pearson, para identificar correlações. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significativa para as médias de pontuação do PS2 entre os grupos (p>0,05 em todas as variáveis). Entretanto o tamanho de efeito para as variáveis. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos em habilidade funcionais: Atividades Diárias: [t(21) = 1,55; p > 0,05]; Mobilidade: [t(21) = 1,05; p > 0,05]; Social/Cognitivo: [t(21) = 0,85; p > 0,05]). Entretanto houve correlação significativa entre as variáveis mobilidade (PEDI-CAT) e o tempo total de duração do AM (r (23) = .529; p < 0.05). Conclusão: Embora o fator AME não tenha demostrado associação significativamente estatística no desempenho de lactentes quanto às habilidades funcionais e processamento sensorial, constatou-se que, a maior duração do AM após os seis meses de vida se mostrou associada a melhor desempenho no aspecto motor dos lactentes.