FATORES PREDITORES DE HOSPITALIZAÇÃO E ÓBITO EM IDOSOS COM COMPROMETIMENTO COGNITIVO ACOLHIDOS POR SERVIÇO DE ATENÇÃO ESPECIALIZADA NOS SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE
Idoso. Fatores de Risco. Hospitalização. Mortalidade. Déficit cognitivo.
Introdução: Em idosos com necessidade de atenção especializada, o baixo desempenho físico e a incapacidade cognitiva se destacam entre os fatores que contribuem para hospitalização e morte. A hospitalização é um evento ameaçador para idosos uma vez que está associada a maior risco de declínio funcional e incapacidade, que em conjunto, contribuem para o aumento de desfechos clínicos adversos e problemas no processo de reabilitação pós-alta hospitalar. Apesar dos fatores de risco para hospitalização e mortalidade serem extensamente estudados em idosos em geral, aqueles com comprometimento cognitivo são frequentemente excluídos das pesquisas, sem justificativas ou menções dessa exclusão como uma limitação do estudo, podendo reduzir a utilidade clínica de vários achados. Reconhecer preditores de desfechos negativos em saúde em idosos é de extrema importância visando identificar aqueles passíveis de intervenção. Objetivos: o objetivo primário desse estudo foi identificar fatores sociodemográficos, parâmetros de sarcopenia e condições clínicas preditores de hospitalização e óbito em idosos com comprometimento cognitivo no cenário da atenção especializada no sistema público de saúde. Secundariamente, objetivou-se verificar a acurácia desses fatores para predizer risco de hospitalização e óbito no seguimento de um ano. Método: estudo observacional longitudinal realizado com 170 idosos com comprometimento cognitivo da região Oeste do Distrito Federal, Brasil, entre os anos de 2019 e 2021. As variáveis preditoras foram características sociodemográficas, condições clínicas e parâmetros de sarcopenia. A força muscular foi avaliada por meio de dinamometria de preensão palmar, a massa muscular por meio da medida de circunferência de panturrilha e o desempenho físico por meio do teste Timed Up and Go. As variáveis preditas foram hospitalização e óbito até um ano após a avaliação do idoso. Procedeuse análises por estatística descritiva, testes t-student independente, U Mann Whitney, Qui-Quadrado e de regressão logística simples. Resultados: maioria sexo feminino (±77,57 anos), baixa escolaridade, sedentários, 15,9% com sarcopenia e 13% com histórico de internação. Foi identificado que o nível de escolaridade tem efeito sobre a ocorrência de hospitalização (U=1423,5, p=0,027) e de óbito (U=647,0, p=0,025) no seguimento de um ano. Além disso, há associação do histórico de internação nos últimos 6 meses com a ocorrência de hospitalização [X2 (1)=4,729; p=0,030] e de óbito [X2 (1)=3,919; p=0,048] no seguimento de um ano. Identificamos que o histórico de internação nos últimos 6 meses associou-se com a ocorrência de hospitalização em um ano de seguimento (OR=2,963; IC95% 1,076–8,165, p=0,036). Conclusão: histórico de internação nos últimos seis meses está associado à ocorrência de hospitalização ao longo de um ano em idosos com comprometimento cognitivo