Banca de DEFESA: Taís Luciana Lacerda

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Taís Luciana Lacerda
DATA : 23/07/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Microsoft Teams
TÍTULO:

Manejo da dor lombar na Atenção Primária à Saúde do Distrito Federal: investigações sobre o processo de encaminhamento ao fisioterapeuta e os custos em saúde


PALAVRAS-CHAVES:

Fisioterapia, Atenção Primaria a Saúde, encaminhamento


PÁGINAS: 110
RESUMO:

A dor lombar (DL) é uma condição prevalente e uma das principais causas de anos vividos com incapacidade no mundo. No Brasil, a prevalência de DL aumentou aproximadamente 30% nas últimas décadas, gerando impacto social e alto custo para o sistema de saúde. A DL é uma das principais demandas da atenção primária à saúde (APS), e impõe um desafio constante aos profissionais de saúde. As decisões iniciais no manejo da dor lombar têm impactos na utilização de recursos e nos custos em saúde. As diretrizes clínicas atuais priorizam tratamentos não medicamentosos como primeira linha, e recomendam a utilização de exames de imagem apenas em casos de bandeira vermelha. Entretanto, um dos desafios tem sido a implementação prática de tais recomendações. Deste modo, o objetivo foi investigar se as práticas em saúde adotadas para o manejo da dor lombar na APS, especificamente na capital do Brasil, têm considerado as recomendações de guias clínicos. Metodologia: Coorte retrospectiva (1 ano) com dados de prontuários eletrônicos de pessoas >18 anos, com DL, excluindo-se gestantes ou cirurgias prévias, atendidos na APS em Brasília, Brazil. Foram incluídos dados de 13 unidades de saúde. Analisamos a aderência às recomendações com base em informações disponíveis nos prontuários. Definiu-se período de 6 meses de ausência de consultas prévias para DL. As pessoas foram agrupadas conforme atendimentos de: G0) médico/enfermeiro; G1) Médico, enfermeiro e encaminhamento ao fisioterapeuta; G2) fisioterapeuta como primeiro contato. Os registros foram organizados cronologicamente e foram extraídas informações sobre recursos prescritos e tempo de encaminhamento à fisioterapia. Os dados foram analisados descritivamente. A proporção de participantes nos grupos considerou como denominador o total de pessoas na amostra, para exames de RX utilizamos como denominador o total de exames. Para as ações em emergência, consideramos o total de pessoas em cada grupo.

Resultados: Foram incluídos os dados de 367 pessoas (G0: 245; G1: 66; G2: 56), com idade média 49 anos (DP: 18), maioria do sexo feminino 70,3% (N: 258) e com ensino médio 44% (N:124). Observamos 16 (4%) pessoas encaminhadas para o fisioterapeuta de modo aderente às diretrizes clínicas, outras terapias: 6 (2%) e 102 (28%) tiveram prescrição de exames de imagem na consulta inicial, contrário às recomendações. Quanto ao manejo da DL na APS, 66 (18%) pessoas foram encaminhadas para o fisioterapeuta (G1), com tempo médio de 103 dias (mediana: 53). Encontramos um total de 20 (5%) encaminhamentos para outras terapias. O número total de exames solicitados foi de 287, sendo o RX o mais solicitado (62%). Encaminhamentos a especialistas foram frequentes, especificamente 93 (25%) pessoas encaminhadas para ortopedia e 13 (4%) com outras especialidades em um total de 198 consultas. Foram realizados 90 atendimentos em emergência na amostra investigada (destes, 77% no G0, 17% no G1 e 7% no G2). Conclusão: Nossos achados demonstraram que as condutas clínicoassistenciais para dor lombar na APS ainda carecem de adequação às recomendações de diretrizes clínicas. Os tratamentos, em sua maioria, se mostraram centrados em exames de imagem e consultas de especialistas. Intervenções fisioterapêuticas de modo aderente às recomendações de tratamento, e outros tratamentos não medicamentosos, foram pouco frequentes. Entretanto, observamos que as pessoas encaminhadas para a fisioterapia apresentaram uma frequência menor de atendimentos em emergências. Nossos dados sugerem a necessidade de novos estudos que investiguem os custos relacionados ao manejo da dor lombar em serviços primários de saúde no Brasil, para favorecer uma melhor tomada de decisão de gestores e profissionais de saúde.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - FABIANNA RESENDE DE JESUS MORALEIDA - UFC
Externo à Instituição - MARCELO PEDRA MARTINS MACHADO - FIOCRUZ
Presidente - 1724901 - RODRIGO LUIZ CARREGARO
Externa ao Programa - 1710591 - SILVANA SCHWERZ FUNGHETTO - null
Notícia cadastrada em: 20/06/2024 09:41
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