Banca de DEFESA: Júlia Matravolgyi Damião

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Júlia Matravolgyi Damião
DATA : 18/12/2023
HORA: 15:00
LOCAL: IPOL
TÍTULO:

AJUDAS” E DEMOCRACIA: RELAÇÕES COTIDIANAS DE CUIDADO E PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DAS MULHERES


PALAVRAS-CHAVES:

Gênero, cuidado, democracia.


PÁGINAS: 123
RESUMO:

O cuidado, prática social composta por relações de interdependência que atendem demandas concretas, emocionais e psicológicas, toca a todos em algum momento da vida e, em certas etapas da existência, é a condição definidora de um indivíduo (GUIMARÃES, 2021). Do caráter inevitável das ações de cuidado, decorre que sempre há quem se responsabilize por sua execução: em geral, essa carga é imputada às famílias e, dentro delas, às mulheres. No entanto, essa natureza universal impede que o cuidado seja responsabilidade exclusiva de certo núcleo sem que isso gere dinâmicas distorcidas de sobrecarga e isolamento para os entes responsáveis. A família está em direta interação com e sob influência recíproca de outras instituições. No que tange às necessidades de cuidado, essas entidades têm na ação das mulheres o que Faur (2014) denomina de um “pressuposto não explícito”, ou seja, tanto o mercado como os serviços públicos se estruturam supondo que elas, de forma silenciosa e invisível, suprirão a demanda de cuidados descoberta pelas estruturas sociais. Isso é verdade especialmente em sociedades extremamente desiguais, nas quais Estado e mercado não abarcam as carências de uma parcela relevante da população e, por sua ausência, são estruturantes de um tipo de cuidado inserido nos interstícios dos tecidos sociais mais pobres: o cuidado comunitário. Tais conexões têm origem em contextos nos quais não há recursos para adquirir serviços no mercado (como contratar uma babá), tampouco políticas públicas (como creches) para suprir necessidades (GUIMARÃES, 2019). Essas trocas podem ser delimitadas pelo conceito de cuidado como ajuda, de Guimarães (2021). Ele define conexões baseadas na força das redes de vizinhança que tem a reciprocidade como principal (mesmo que não exclusiva) moeda de intercâmbio. Esses vínculos, em geral, assumem lógicas próprias de retribuição e de solidariedade, incluindo a transgressão de conceitos tradicionais de família e a criação de dinâmicas particulares de poder (MORENO, 2019; FAUR, 2014). Instigada por essas considerações, a pesquisa desenvolvida neste trabalho explora a percepção das mulheres sobre as demandas de cuidado presentes em suas rotinas, incluindo as trocas das vizinhanças como instâncias significativas para a reflexão sobre a relação entre cuidado e democracia.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1508437 - FLAVIA MILLENA BIROLI TOKARSKI
Externa ao Programa - 1065451 - LAYLA DANIELE PEDREIRA DE CARVALHO - nullExterna à Instituição - MARIANA MAZZINI MARCONDES - UFRN
Interna - ***.782.845-** - MICHELLE VIEIRA FERNANDEZ DE OLIVEIRA - USAL
Notícia cadastrada em: 21/11/2023 09:27
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