A questão da inclusão de demandas étnicas tem sido analisada sob diferentes perspectivas nos últimos anos. Este trabalho busca romper o monopólio intelectual sobre as chaves explicativas da representação indígena na América Latina, oferecendo mecanismos próprios da ciência política para analisar como o fenômeno da inclusão de demandas étnicas ocorreu em alguns países da região e em outros não. Para realizar esse trabalho acadêmico, foi utilizada a política comparada, especialmente o QCA, como ferramenta metodológica e analítica para entender as formas que a representação indígena pode assumir em diferentes países. Ao selecionar 10 países (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guatemala, México, Paraguai e Peru), buscamos investigar os mecanismos causais da representação indígena. Apesar da criação de quatro variáveis de pesquisa, é possível afirmar que a ocorrência do fenômeno na região está associada à consolidação e coesão dos movimentos sociais, mas principalmente à presença de partidos étnicos que ativam símbolos de resistência. Os resultados desta tese contribuem para ampliar a agenda de pesquisa da ciência política latino-americana.