Tendências atuais e evidências disponíveis sobre a terapia com laser de baixa potência na osteorradionecrose: uma revisão de escopo
Osteorradionecrose; Terapia a laser; Terapia de fotobiomodulação; Terapia fotodinâmica; Terapia de luz de baixa intensidade; LLLT; Revisão de escopo.
A osteorradionecrose (ORN) é uma complicação da radioterapia em tumores de cabeça e pescoço, caracterizada por dor, infecção e deterioração da qualidade de vida. Embora a Terapia a Laser de Baixa Intensidade (LLLT) e a terapia fotodinâmica antimicrobiana (aPDT) tenham mostrado eficácia no tratamento da ORN, controlando a dor e acelerando a cicatrização, ainda não há protocolos padronizados para seu uso. A falta de parâmetros claros impede conclusões definitivas sobre a aplicação clínica. Esta revisão de escopo explorou tendências atuais e evidências disponíveis sobre o uso da LLLT no manejo e prevenção de osteorradionecrose, destacando lacunas nas pesquisas atuais. A estratégia de busca foi conduzida no MEDLINE/PubMed, EMBASE, Web of Science e literatura cinzenta em 15 de janeiro de 2024, sem restrições de idioma ou tempo. Foram incluídos 19 estudos. A aplicação de protocolos de LLLT foi de 58% para uso terapêutico, 21% para uso preventivo e 21% para uma combinação de ambos. Em relação ao uso da aPDT, 41% dos estudos empregaram essa técnica, que utilizou azul de metileno como fotossensibilizador. Para tratamentos associados à fotobiomodulação, 57% relataram tratamento farmacológico, 29% tratamento cirúrgico, 11% prescreveram enxaguatórios bucais de clorexidina e 4% outras terapias. Estudos in vivo usaram lasers de diodo emitindo baixas densidades de potência incidente no comprimento de onda do infravermelho próximo (67%) em 780 a 904 nm. Em comparação, relatos de caso também usaram lasers de diodo emitindo baixas densidades de potência incidente no comprimento de onda do vermelho e do infravermelho próximo (64%) em 660 a 904 nm. O modo de emissão contínua foi utilizado em 83% dos estudos in vivo e 17% dos relatos de caso. Nenhum dos estudos incluídos nesta revisão relatou todos os parâmetros do laser. Assim, a LLLT mostra-se promissora para fins terapêuticos e preventivos. No entanto, dados incompletos sobre parâmetros do laser dificultam o estabelecimento de protocolos de tratamento padronizados. Os estudos exibiram heterogeneidade significativa no desenho do estudo, parâmetros do laser, protocolos de administração e intervenções nos grupos de controle. Portanto, mais estudos com metodologias homogêneas são necessários para aprimorar e avaliar a eficácia da LLLT na osteorradionecrose.