Presença de corrente elétrica passiva ("efeito antena") durante aplicação de radiofrequência em ablação de arritmias supraventriculares
Fibrilação atrial; Perfuração esofágica; Doença esofágica; Ablação por radiofrequência; Ablação por cateter; Monitorização esofágica
Introdução: a lesão térmica esofágica é uma complicação secundária à aplicação de radiofrequência (RF) durante a ablação de fibrilação atrial. Para se prevenir tal lesão, pode-se monitorar o aumento da temperatura esofagiana por meio de sondas de pontas metálicas. Contudo a colocação do cateter de ablação e da sonda sob o mesmo campo eletromagnético pode contribuir para lesão do esôfago pela geração de energia passiva (“efeito antena”). Objetivo: avaliar se a presença de sonda metálica posicionada dentro do campo eletromagnético criado pela RF poderia aquecer o esôfago devido ao efeito antena. Método: 30 pacientes com diagnóstico de taquicardia supraventricular foram submetidos à ablação com aplicação de RF e monitoramento da temperatura esofagiana com sonda de ponta metálica. Voltagem uni e bipolar, corrente elétrica, densidade de corrente, potência alcançada, potência programada no aparelho de RF, distância da ponta do cateter de ablação até a ponta da sonda metálica e a temperatura esofagiana foram gravadas antes (PRÉ), durante (ON) e depois (PÓS) da ablação por RF. Resultados: Durante a aplicação da RF, houve aumento significativo da voltagem bipolar (12,3%), da unipolar (67,1%), da corrente elétrica (11,2%), da densidade (11,1%) e da potência alcançada (14,5%). A mudança da distância entre a ponta do cateter de ablação e a ponta da sonda metálica não contribuiu para o efeito e a temperatura esofagiana permaneceu inalterada. Conclusão: durante o processo de ablação por RF, houve geração de corrente elétrica passiva na ponta da sonda metálica sem aumento da temperatura esofagiana.