ESPASMO ESOFAGIANO DISTAL: CONCORDÂNCIA DIAGNÓSTICA ENTRE A CLASSIFICAÇÃO DE CHICAGO 4.0 E OS VALORES DE UM ESTUDO MULTICÊNTRICO BRASILEIRO
espasmo esofagiano distal; classificação de Chicago 4.0; coorte brasileira; disfagia; dor torácica
O espasmo esofagiano distal (EED) é distúrbio primário do esôfago que se manifesta principalmente por disfagia e dor torácica. A manometria esofágica de alta resolução é o exame de escolha para avaliação da função motora do órgão e os diagnósticos obtidos seguem os critérios estabelecidos pela Classificação de Chicago 4.0 (CCv4.0), elaborada em 2020 a partir de sondas com sensores em estado sólido. Uma coorte brasileira (CB), entretanto, utilizando sondas com perfusão de água, encontrou valores de referência diferentes dos da CCv4.0. Para avaliar a concordância diagnóstica entre as classificações, os exames de 783 pacientes foram laudados segundo as duas classificações e fez-se correlação dos resultados com presença ou não de disfagia e dor torácica através do coeficiente de correlação interclasse, um conjunto de modelos uni e multivariados e, por fim, foi calculada acurácia, sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo. Os dados foram analisados com o programa computacional R Studio e linguagem R versão 4.0.1 (R Development Core Team, Nova Zelândia). Houve baixa magnitude na correlação com os dois critérios e, assim, o uso da CB deve ser desencorado para o diagnóstico de EED quando feito de forma isolada. A métrica que mais alterou a acurácia do exame foi o DCI, e estabeleceu-se que o valor de 623,15 mmHg é o ponto na curva ROC com melhores valores. Assim, um algoritmo (multivariado) que inclui o valor do DCI médio e o critério diagnostico CB para EED poderiam constituir um mecanismo simples e mais fortemente relacionado com sintomas clínicos compatíveis com EED.