Desenvolvimento de formulação de uso tópico para despigmentação da pele contendo extrato hidroalcoolico de Morus nigra L.
“Morus nigra; tirosinase; melanina; hiperpigmentação”
“A hiperpigmentação da pele pode ser caracterizada como um distúrbio no qual existe uma deposição excessiva de melanina. As causas da hiperpigmentação são diversas e podem variar de estresse do paciente, à distúrbios metabólicos e resposta à traumas na pele. Durante as etapas do processo de melanogêse, a tirosinase atua como principal enzima na cascada de reações de produção da melanina, portanto, pode ser considerada um ótimo alvo de interesse farmacológico para desenvolvimento de formulações de uso tópico. A produção de medicamentos e cosméticos a partir de plantas medicinais e seus extratos é uma realidade histórica e atual, sendo as árvores do gênero Morus parte desse contexto. Trabalhos descritos anteriormente na literatura comprovaram atividade inibitória do extrato bruto etanólico de suas folhas em relação a enzima tirosinase, entretanto até o momento não há estudos referentes ao potencial do extrato após remoção de clorofila seguido de incorporação em formulações. Portanto, este projeto teve como objetivo produzir, caracterizar e formular um cosmético a partir do extrato hidroalcóolico obtido das folhas de Morus nigra L. O material vegetal coletado foi seco em estufa à 40°C por 5 dias, pulverizado e caracterizado por gramatura/tamanho de partícula e teor de umidade. Em seguida, foi submetido a extração etanólica por maceração a frio (1:5 m/v), filtrado e rotaevaporado. Para remoção de clorofila, fez-se a ressuspensão do extrato em solução hidroalcóolica metanol/água (1:1 v/v) seguida de centrifugação à 4°C 10.000rpm 10min. O sobrenadante foi coletado, rotaevaporado novamente e liofilizado. Ao total foram produzidos seis lotes de extrato. A caracterização dos extratos obtidos foi feita por teor de sólidos totais, rendimento extrativo, cromatografia em camada delgada e cromatografia líquida de alta eficiência associada a detector de arranjo de diodo. Foi avaliado o potencial de inibição do extrato contra a enzima tirosinase e o efeito citotóxico sobre duas linhagens celulares, fibroblasto de camundongo L929 e melanoma murino B16F10. Também foram produzidas duas formulações contendo o extrato, uma nanoemulsão e um sérum. Ambas as formulações foram caracterizadas por pH, viscosidade, tamanho de partícula, índice de polidispersividade, potencial zeta e condutividade. Atualmente, seguem sendo avaliadas em ensaio de estabilidade acelerada. A inibição da tirosinase ficou acima de 90% para todos os lotes em concentrações superiores a 20µg/mL, a média geral de IC50 para os lotes brutos foi 9,79 µg/mL e 10,81 µg/mL para os lotes limpos. Os valores de IC50 para citotoxicidade do extrato ficaram todos acima de 100 µg/mL. As formulações após seis meses de preparo mantiveram suas propriedades pouco alteradas e continuam em observação.”