ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA IN VITRO DO EXTRATO HIDROETANÓLICO DAS FOLHAS DE MORUS NIGRA L
Morus nigra; plantas medicinais; inflamação; PPAR
A inibição da inflamação sistêmica tem se mostrado uma estratégia benéfica no tratamento de diversas doenças crônicas, que representam uma das maiores causas de mortalidade no mundo. Dessa forma, os receptores ativados por proliferadores de peroxissoma (PPAR) são alvos farmacológicos interessantes, uma vez que podem agir tanto pela via metabólica quanto pela via anti-inflamatória. As folhas da espécie Morus nigra L. possuem flavonoides em sua composição com reconhecida atividade antioxidante e, frequentemente, associados com a atividade anti-inflamatória. Assim, este estudo propõe avaliar a capacidade do extrato hidroetanólico das folhas de M. nigra em ativar os receptores PPAR e promover efeitos anti-inflamatórios em células de macrófago estimuladas com lipopolissacarídeo de Escherichia coli. O extrato foi preparado por maceração passiva a frio e a composição química foi determinada por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). A citotoxicidade do extrato foi testada pelo método do MTT em células RAW 264.7 e HeLa. A ativação dos receptores PPAR e γ, e o receptor Tr foi testada por meio do ensaio gene-repórter da luciferase em células HeLa. A capacidade anti-inflamatória do extrato foi avaliada após o tratamento de células RAW 264.7 estimuladas com LPS. A análise por CLAE revelou a presença de rutina (3,74 µg/mg) e isoquercitrina (5,92 µg/mg). Foi observado baixa citotoxicidade do extrato para as linhagens testadas. O extrato apresentou atividade agonista para os dois tipos de PPAR ( e γ), porém seus compostos majoritários (rutina e isoquercitrina) não ativaram o receptor de maneira significativa. O extrato foi capaz de reduzir a produção de óxido nítrico, de espécies reativas de oxigênio e da citocina próinflamatória TNF-. O tratamento com o antagonista específico de PPAR-, GW 6471, foi capaz de bloquear parcialmente o efeito anti-inflamatório causado pelo extrato. Assim, possivelmente o efeito anti-inflamatório do extrato pode ser atribuído, pelo menos em parte, à ativação do receptor PPAR-, sendo o primeiro estudo a avaliar a ativação deste receptor pelo extrato das folhas de M. nigra L