“Alterações otopatológicas precoces em meningite aguda fatal de pacientes pediátricos."
“Meningite; otopatologia; cóclea; gânglio espiral da cóclea”
Introdução: A meningite aguda é uma condição grave, especialmente em neonatos e lactentes, com alta taxa de letalidade e complicações neurológicas em sobreviventes, incluindo perda auditiva permanente em até 35% dos casos. A perda auditiva geralmente ocorre logo no início da doença e está relacionada à labirintite inflamatória, que pode causar danos irreversíveis no ouvido interno, com ossificação da cóclea (labirintite ossificante). A avaliação dessa condição pode ser feita por Tomografia Computadorizada (TC) e Ressonância Magnética (RM), mas a biópsia do osso temporal é o padrão ouro para diagnóstico. Embora existam estudos sobre alterações otopatológicas tardias, ainda há escassez de dados sobre os primeiros estágios da patologia em crianças, o que motiva este estudo a investigar mudanças histopatológicas precoces no ouvido interno de pacientes pediátricos com meningite aguda fatal. Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações histopatológicas precoces no osso temporal de pacientes pediátricos com meningite aguda fatal, caracterizando a localização das células inflamatórias, alterações cocleares (como hidropsia, fibrose e ossificação) e a sobrevivência das células do gânglio espiral (quantitativamente). O estudo também visou estabelecer um cronograma para o dano neuronal e comparar as disseminações otogênicas e não otogênicas. Métodos: Este estudo incluiu 43 ossos temporais de 24 neonatos ou lactentes, com idades variando de nascimento a 13 anos, da coleção da Costa Rica, que foram analisados no laboratório de Otopatologia da Massachusetts Eye and Ear Infirmary (MEEI). Dez dos ouvidos eram de controles que faleceram por outras causas, enquanto nas outras 33 amostras, a causa da morte dos indivíduos foi meningite. Resultados: A presença de infiltrado inflamatório no ducto e saco endolinfático foi um importante fator de correlação com os casos (p-value: 0.007). A presença de hidropisia nos casos de meningite foi um fator notável (p-value: 0.026). A maior densidade de células inflamatórias na mastoide e orelha média gerou mais convulsões (pvalue: 0.020). A presença de infiltrado inflamatório no ducto e saco endolinfático foi um importante fator de correlação com os casos (p-value: 0.007). Mais células ganglionares espirais podem estar associadas a febre mais alta (p-value: 0.015). Forte evidência de associação entre febre e maior densidade de células inflamatórias no CIA (p-value: 0,0000804). Quanto maior a densidade celular na cóclea, maior a densidade de células inflamatórias no CAI (p-value: 0.0475). A maior densidade de células inflamatórias no conduto auditivo interno pode estar associada a um maior número de gânglios espirais (pvalue: 0.015). A cada 6 dias de internação há uma perda de 1000 CGE (p-value: 0.01). Subanálise Gram-Positiva (p-value: 0.0003). Subanálise Otogênica (p-value: 0.013).