Criatividade compreendida, aplicada, desenvolvida e comparada: análise empírica em uma era de transformações
criatividade; neurociência; processos criativos; educação criativa; metodologias ativas.
A criatividade é considerada essencial para as características do trabalho no século XXI, uma era de transformações exponenciais, automatização de ofícios repetitivos e inovações constantes. Contudo, apesar do reconhecimento de sua importância, ainda há lacunas significativas na literatura sobre como desenvolver eficazmente a criatividade em estudantes universitários, especialmente por meio de disciplinas específicas para este fim no ensino superior, que implementem estratégias pedagógicas inovadoras e cientificamente embasadas. Objetivo: Com intuito de fazer uma contribuição para o movimento em prol do estímulo à criatividade na educação, a partir de evidências científicas para a cognição e o ambiente, foram apresentadas, testadas, avaliadas e discutidas possibilidades criativas em diversas turmas de uma disciplina para estudantes de graduação na Universidade de Brasília. Metodologia: “Criatividade na Teoria e na Prática” propôs um ensino sobre, com e para a criatividade, com ênfase na última preposição catalisada pelas primeiras. Incluiu 35 atividades práticas em criatividades múltiplas, que utilizaram princípios e métodos educacionais favoráveis como a transdisciplinaridade, a colaboração, metodologias ativas e gamificação. Para investigar seus efeitos na população (estudantes de graduação que demonstram interesse no tema da criatividade), foram realizadas pesquisas qualitativas e quantitativas. Os questionários antes e depois da disciplina propuseram um teste de inteligência divergente, percepções sobre a criatividade e avaliações das atividades práticas. Os grupos focais discutiram o formato geral da disciplina e cada atividade vivenciada. Conclusões: Após a realização da disciplina, o percentual de estudantes que não se consideravam criativos decresceu em vinte pontos, 65% ampliaram sua nota em um teste de inteligência divergente e, na média, os participantes concordaram em todos os casos que as atividades práticas propostas desenvolveram sua criatividade. Procurou-se estabelecer como esta foi desenvolvida discutindo cada atividade projetada, levantando novos questionamentos sobre os processos criativos, especialmente no ensino superior, no espírito da atualização contemporânea do aforismo cartesiano: “Criamos, logo transformamos”.