A violência sexual e suas marcas na memória: Uma investigação em mulheres
Cognição, Memória episódica, Mulheres, Violência Sexual
A violência sexual sofrida por mulheres é um problema de saúde pública. Segundo a Organização das Nações Unidas (World Health Organization, 2013), estima-se que um terço das mulheres no mundo já foram vítimas de violência. Ademais, existe uma forte relação entre aspectos cognitivos, disfunções sexuais e a manutenção do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) em mulheres vitimadas. Dada a relevância do tema, o objetivo deste trabalho é verificar os efeitos deste tipo de violência sobre os aspectos cognitivos, notadamente no que diz respeito à memória explícita episódica, às atitudes e respostas comportamentais ao trauma. Pressupõe-se que a violência sexual afeta diretamente a memória explícita do tipo episódica, apresentando déficits significativos. Para essa mensuração serão utilizados os paradigmas “Que-Onde-Quando” e “Que-Onde-Quando (conceito)” já que, achados anteriores apontam uma intima relação entre memória e práticas sexuais saudáveis. Ademais, será aplicado instrumentos para rastreio da função sexual com o teste Female Sexual Function Index - FSFI, a existência de Transtorno de Estresse Pós Traumático (Posttraumatic Stress Disorder Checklist - PCL-C) a Escala de Aceitação do Mitos de Estupro (IRMA), Escala de Imobilidade Tônica (TIS), Lista de Qualidade de vida (LEC-5) e 4 questionários para avaliar os processos cognitivos influenciados pela agressão. Tais achados permitiriam avanços no contexto clínico dada a possibilidade do desenvolvimento de protocolos ancorados no estudo experimental da cognição humana para a população de mulheres vítimas de agressão sexual