AVALIAÇÃO DO DESGASTE MICROABRASIVO DE ALUMÍNIO-LIGA 6201 LAMINADO E TRATADO POR SOLUBILIZAÇÃO E ENVELHECIMENTO ARTIFICIAL E ALUMÍNIO-LIGA 1120 LAMINADO
Solubilização, Envelhecimento artificial, Desgaste microabrasivo, alumínio-liga
Em linhas aéreas de transmissão de energia são utilizados Cabos de Alumínio Liga 6201 (CAL) e/ou Alumínio Liga 1120. Suspensos, os cabos são submetidos às condições em que o vento produz vibrações na linha provocando tensões multiaxiais e deslizamento parcial entre as camadas trançadas, o que pode levar a falhas por fadiga ou por desgaste na zona de contato entre as camadas dos fios e entre os fios e os grampos de suspensão. O efeito de tratamentos térmicos e do trabalho a frio no desgaste microabrasivo das ligas de alumínio 6201 e 1120 é pouco estudado. Este trabalho tem como objetivo avaliar o desgaste microabrasivo de alumínio-liga 6201 laminado e tratado termicamente e alumínio 1120 laminado a frio . Testes de desgaste microabrasivo foram realizados em amostras de liga 6201, solubilizadas em temperaturas de 520o C, por um período de 2 h de permanência, envelhecidas artificialmente e laminado-envelhecidas a temperatura de 200º C durante 8 h. Também vergalhões de alumínio-liga 1120 de 9,52 mm de diâmetro laminados a frio até 4 mm de diâmetro foram testados nas mesmas condições. Os ensaios de desgaste foram realizados usando equipamento de desgaste microabrasivo de esfera livre, lama abrasiva de alumina (Al2O3) em concentração de 0,40g/ml de água destilada. Os dados dos ensaios de desgaste foram tratados utilizando a equação de Achard. Os resultados dos testes de desgaste microabrasivo apontam que as amostras da liga 1120 laminada apresentam uma diminuição de coeficiente de desgaste de 35% e uma redução na taxa de desgaste de 32% em relação à mesma liga não laminada. No caso da liga Al1120 laminada, o trabalho a frio promove geração de interação de discordâncias entre si e com outros obstáculos, que dificultam o deslizamento dos planos atômicos durante o ensaio microabrasivo, reduzindo o coeficiente de desgaste. Para a liga de alumínio 6201, o coeficiente de desgaste foi reduzido em 20% após o processo de envelhecimento artificial e de 42% após o tratamento combinado de laminação e envelhecimento na mesma liga. Nesta liga 6201, infere-se que o envelhecimento artificial levou a formação de zonas de Guinier-Preston, que evoluiram para a formação de partículas β” metaestáveis, coerentes com a matriz, responsáveis para o aumento da resistência ao desgaste da liga envelhecida dificultando a movimentação das discordâncias em decorrência do tamanho e distribuição dos precipitados e das distorções na rede cristalina da matriz de alumínio. Nessa mesma liga 6201, o aumento da resistência ao desgaste microabrasivo após laminação e tratamento térmico é atribuído também ao efeito combinado do trabalho a frio, que aumenta a resistência do material por deformação plástica criando obstáculos para a movimentação de discordâncias e ao tratamento térmico de envelhecimento, que promove distorções na rede cristalina pelas partículas β” coerentes com a matriz.