Modulação de UCP1, UCP3 e Estresse Oxidativo no Tecido Adiposo Marrom pela Liraglutida: Diferenças entre Machos e Fêmeas
liraglutida, febre, termorregulação, tecido adiposo marrom.
“A febre, resposta fisiológica a estímulos infecciosos ou inflamatórios, pode levar a complicações graves se não controlada, destacando a importância de terapias que promovam a antipirese eficiente. Este estudo avaliou os efeitos da liraglutida, um agonista do receptor GLP-1, na febre induzida por lipopolissacarídeo (LPS) em ratos Wistar machos e fêmeas. Após recuperação de 7 dias da implantação de transmissores de temperatura, os animais receberam LPS (50 μg/kg, intraperitoneal) para indução febril. A liraglutida foi administrada uma hora após o LPS em doses variáveis, com 0,3 mg/kg determinada como a dose ideal após estudo piloto. A temperatura corporal foi monitorada a cada 15 minutos durante 4 horas. Após a eutanásia, tecidos como o tecido adiposo marrom (TAM) e músculo esquelético foram dissecados para análises. A produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) no TAM e no músculo esquelético foi quantificada por espectroscopia de ressonância paramagnética eletrônica (EPR). Os resultados demonstraram que a produção de ERO foi reduzida em machos após o tratamento com liraglutida, reforçando seus efeitos antioxidantes. A expressão de genes relacionados à termogênese, como UCP1, UCP3, ADBR3 e PGC1α, foi analisada por PCR em tempo real. Essa técnica permitiu quantificar a expressão gênica relativa por meio da amplificação do DNA complementar sintetizado a partir de RNA total. Os resultados mostraram que a expressão de UCP1 e UCP3 aumentou durante a febre e foi reduzida após o tratamento com liraglutida em machos, indicando uma regulação direta dos mecanismos termogênicos. Além disso, análises histológicas do TAM revelaram que a liraglutida atenuou o infiltrado inflamatório induzido por LPS e preservou a estrutura tecidual. Conclui-se que a liraglutida apresenta propriedades antitérmicas e anti-inflamatórias promissoras, com potencial para regular a febre e a termorregulação mediada pelo TAM. Estes achados abrem novas perspectivas para o uso terapêutico da liraglutida, sendo necessários estudos adicionais para explorar seus mecanismos de ação e diferenças de eficácia entre os sexos.