Impacto e avaliação das competências clínicas no manejo farmacêutico de problemas de saúde autolimitados
Problemas de saúde autolimitados; manejo farmacêutico; simulação realística; competências clínicas; uso racional de medicamentos
Os problemas de saúde autolimitados representam uma demanda significativa nos sistemas de saúde, frequentemente manejados por autocuidado e intervenções farmacêuticas. A prática do farmacêutico no manejo desses problemas, associada ao uso de metodologias educacionais como a simulação realística, tem se mostrado essencial para melhorar a qualidade do atendimento e a formação profissional. Essas abordagens são fundamentais para promover o uso racional de medicamentos, aumentar a eficácia clínica e reduzir a sobrecarga dos serviços de saúde. Objetivo: O objetivo deste estudo é analisar o panorama global dos serviços farmacêuticos no manejo de problemas de saúde autolimitados e avaliar as competências clínicas demonstradas em consultas farmacêuticas para o manejo dessas condições, por meio da aplicação de simulações realísticas iniciais realizadas pelos participantes do curso "Farmácia Baseada em Evidências ". Métodos: O trabalho foi dividido em duas etapas, a primeira, seguiu as diretrizes PRISMA-ScR, com buscas realizadas em bases de dados como PubMed, Scopus e BVS, abrangendo artigos publicados entre 2013 e 2023. Foram incluídos 13 estudos que avaliaram intervenções farmacêuticas em problemas de saúde autolimitados. Na segunda etapa, houve um estudo descritivo, quantitativo, não randomizado, realizado a partir da etapa inicial de simulação realística proposta pelo curso “Farmácia Baseada em Evidência”, contemplando 19 problemas de saúde autolimitados. As competências foram avaliadas por meio do instrumento validado PSALBRASIL, considerando cinco etapas: acolhimento, avaliação, plano de cuidado, monitoramento e comunicação. Resultados: Os resultados da revisão de escopo demonstraram que o manejo de problemas autolimitados por farmacêuticos resultou em taxas de resolução de sintomas de 44% a 93%, alta satisfação dos pacientes e redução de encaminhamentos (0,2% a 29,5%). Esses serviços também foram considerados custo-efetivos, aliviando a pressão sobre os sistemas de saúde. Já os resultados observados nas simulações realísticas, os farmacêuticos obtiveram desempenho superior aos estudantes em todas as etapas avaliadas, mas principalmente em acolhimento (1,10 vs. 0,88) e plano de cuidado (0,76 vs. 0,55). Ambos os grupos, no entanto, enfrentaram dificuldades em etapas mais técnicas, como a seleção de tratamentos farmacológicos e o monitoramento. Discussão: A prática farmacêutica no manejo de problemas autolimitados mostrou-se eficaz e essencial para a atenção primária, destacando-se por sua capacidade de promover o uso racional de medicamentos e reduzir custos no sistema de saúde. A simulação realística, por sua vez, demonstrou ser uma ferramenta pedagógica valiosa, permitindo avaliar e diagnosticar competências clínicas de forma segura e prática. Apesar disso, foram identificadas lacunas na formação acadêmica e desafios na padronização de práticas, reforçando a necessidade de intervenções educacionais mais estruturadas. Conclusão: A integração de serviços farmacêuticos para problemas de saúde autolimitados e métodos educacionais como a simulação realística contribui para o avanço da prática profissional e da formação acadêmica. O trabalho evidencia o impacto positivo dessas abordagens na resolução de sintomas, na satisfação dos pacientes e na capacitação de futuros farmacêuticos, destacando a necessidade de investimentos contínuos em educação e pesquisa na área. Palavra