“AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS INTOXICAÇÕES POR PARACETAMOL NO
DISTRITO FEDERAL ENTRE 2013 E 2018”
“Paracetamol; Envenenamento; Epidemiologia; CIATOX; SINAN; Hepatotoxicidade”
“O paracetamol é um analgésico oral efetivo, com poucos efeitos adversos, e é o fármaco over-thecounter de sua classe mais utilizado no mundo. Além disso, é o medicamento mais envolvido em casos de intoxicações em diversos países, já que, quando administrado além da dose terapêutica, pode levar a dano hepático. É conhecido que esse dano pode ser potencializado por algumas condições como: desordens alimentares, administração prévia de álcool, isoniazida, fenobarbital e outros fármacos que estimulem a metabolização do paracetamol via oxidação mediada pelo citocromo P450, gerando um metabólito altamente reativo, N-acetil-p-benzoquinoneimina (NAPQI). A intoxicação por paracetamol é comum e potencialmente fatal. É a causa mais prevalente de falência hepática aguda no mundo ocidental. O manejo das intoxicações envolve descontaminação e uso de antídoto específico (N-acetilcisteína), que age na reposição de cisteína para dar aporte ao consumo de glutationa, além de fornecer grupos tiol adicionais que se ligam diretamente ao NAPQI. No Brasil, o paracetamol é um dos agentes mais prevalentes em casos de intoxicações medicamentosas. No Centro De Informação e Assistência Toxicológica do Distrito Federal (CIATox-DF) foi o principal analgésico envolvido nos casos de intoxicações registrados entre 2011 e 2016. Os dados obtidos pelo CIATox-DF, entretanto são de notificação espontânea, e não necessariamente refletem a totalidade dos casos de intoxicação ocorridos no local. Desta forma, o presente trabalho buscou os dados referentes às intoxicações exógenas que levaram a danos hepáticos através de fontes diversas como o Sistema de Notificação de Agravos de Notificação (SINAN) e o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Os resultados obtidos denotam a necessidade de um sistema que melhor gerencie dos dados de intoxicação, já que as bases consultadas são incongruentes. O número de casos de intoxicação por paracetamol pode estar subestimado dentro dos sistemas disponíveis.”