Detecção de espécies reativas de oxigênio em células tumorais mamárias durante terapia fotodinâmica por meio de ressonância paramagnética eletrônica
Fotossensibilização, Azul de metileno, Marcadores de spin, Radicais livres.
A terapia fotodinâmica (TFD) tem se mostrado promissora no tratamento de diversos tipos de câncer, incluindo o de mama. Essa abordagem se baseia na interação entre um fotossensibilizador, luz e oxigênio molecular. O fotossensibilizador ativado pela luz reage com o oxigênio molecular presente nas células, gerando espécies reativas de oxigênio (ERO), que são altamente tóxicas para as células cancerígenas, levando à sua destruição. Por muitos anos, o oxigênio singleto foi considerado a principal ERO envolvida na TFD. Entretanto, recentemente, o papel dos radicais centrados em oxigênio, como o íon superóxido, tem sido discutido com mais frequência em protocolos de TFD. O objetivo deste estudo foi padronizar um método de detecção de ERO por ressonância paramagnética eletrônica (EPR) utilizando marcadores de spin em cultura de células mamárias submetidas à TFD. Utilizamos azul de metileno como agente fotossensibilizador em células murinas 4T1, gerando ERO mediante ativação com luz de LED de 660 nm. A detecção de ERO total foi feita com o marcador de spin CMH, que é permeável à célula e que, após reação com ERO, gera um sinal de nitróxido que pode ser quantificado por espectroscopia de EPR. Os resultados demonstraram que, após a irradiação com luz de LED, o azul de metileno promoveu um aumento de cinco vezes na produção total de ERO em células tumorais. O pré-tratamento das células com superóxido dismutase (SOD) impermeável promoveu atenuação na concentração de nitróxido em 53,9%, fornecendo estimativa da produção extracelular de íons superóxido. Já a formação intracelular de íons superóxido foi estimada pelo tratamento com PEG-SOD, que é permeável às células. Confirmamos a utilidade do marcador de spin específico mitocondrial mitoTEMPO-H em células 4T1 para medir o aumento de 243% da formação do superóxido mitocondrial gerado após TFD. Em conclusão, foi possível estabelecer um protocolo de detecção de ERO após TFD, envolvendo a combinação de marcadores de spin com diferentes permeabilidades celulares e marcadores de spin projetados para acumular-se rapidamente nas mitocôndrias, permitindo a obtenção de informações exclusivas sobre a localização da produção e dos tipos de ERO.