Perfil clínico e sociodemográfico de pessoas com deficiência atendidas em clínica-escola do Distrito Federal: Estudo retrospectivo
“Assistência odontológica para a pessoa com deficiência; Pessoas com deficiência; Saúde bucal.”
“De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,3 bilhão de pessoas no mundo vivem com alguma deficiência significativa, representando aproximadamente 16% da população global. As clínicas-escolas têm papel fundamental tanto na formação de cirurgiões-dentistas capacitados para atender esse público quanto como fonte de dados epidemiológicos relevantes. Este estudo objetivou traçar o perfil clínico e sociodemográfico de pessoas com deficiência e grupos especiais atendidas na clínica-escola do curso de Odontologia da Universidade Católica de Brasília (UCB), no período de 2017 a 2024. Trata-se de um estudo transversal, observacional e retrospectivo, baseado em 602 prontuários, dos quais 70 foram incluídos conforme os critérios de elegibilidade. As variáveis sociodemográficas e clínicas foram avaliadas por meio da estatística descritiva e teste exato de Fisher (p<0,05). Observou-se predominância do sexo masculino (64%) e da faixa etária de 25 a 59 anos (40%). A deficiência intelectual foi a mais prevalente (47%). As queixas mais frequentes foram dor e desconforto (37%), enquanto dentística (53%) e periodontia (50%) se destacaram como as especialidades mais demandadas. Não houve associação estatisticamente significativa entre o tipo de deficiência e a queixa principal. Conclui-se que os pacientes atendidos apresentam importantes vulnerabilidades clínicas e sociais, com destaque para a predominância de deficiências intelectuais e demandas restauradoras e periodontais. Os achados reforçam a importância da formação acadêmica de cirurgiões-dentistas preparados ao atendimento de pessoas com deficiência, além do adequado preenchimento dos prontuários odontológicos.