"OZONIOTERAPIA ADJUVANTE ÀTERAPIA PERIODONTAL NÃO CIRÚRGICA EM INDIVÍDUOS COM PERIODONTITE ASSOCIADA AO DIABETES MELLITUS TIPO 2"
"diabetes mellitus tipo2; periodontite; ozonioterapia; tratamento periodontal não-cirúrgico"
"Diabetes mellitus e periodontite são duas doenças imunoinflamatórias que mantém uma relação bidirecional em que o estado crônico de uma pode ativar e manter a progressão da outra. A Periodontite é caracterizada por uma disbiose da microbiota oral e mediada por eventos do sistema imune, enquanto o diabetes mellitus é um grupo de desordens sistêmicas caracterizadas pela hiperglicemia resultante de defeito na secreção e/ou ação da insulina. A abordagem não-cirúrgica de raspagem e alisamento radicular é o tratamento “padrão ouro” da periodontite, mas muitas vezes essa terapia não produz os resultados clínicos desejados, sobretudo em indivíduos com alterações imunoinflamatórias e que apresentam risco de recorrência da doença bucal, como o diabetes. A ozonioterapia aliada ao tratamento periodontal tem sido estudada principalmente por seu efeito antimicrobiano; mas o ozônio também apresenta capacidade de biomodulação, como efeito antioxidante, anti-inflamatório e antihipóxia, o que representa benefício adicional aos indivíduos com diabetes. Apesar disso, apenas dois estudos avaliaram o efeito da ozonioterapia adjuvante a terapia periodontal nesse grupo de pacientes. Foi realizado uma revisão da literatura e, diante de poucas evidências diretas, foram também revisados os efeitos do ozônio sobre mecanismos moleculares e vias de sinalização relatados em outras situações ou doenças, mas que também estão presentes na periodontite e no diabetes. Baseado nessa revisão de literatura, foi proposto um protocolo nunca antes testado unindo as 3 formas de aplicação do ozônio (água, gás e óleo) adjuvante à terapia periodontal e que foi utilizado em sete pacientes com diabetes tipo 2. Foram avaliados dados clínicos periodontais (índice de sangramento a sondagem, profundidade de sondagem e nível de inserção clínica), bioquímicos (hemoglobina glicada e proteína C-reativa), além de análise microbiológica de algumas amostras (PCR em tempo real). Após 30 dias do tratamento, os pacientes apresentaram resultados periodontais satisfatórios e também melhora no controle glicêmico, sugerindo que a ozonioterapia pode ser uma poderosa ferramenta na terapia periodontal de pacientes com diabetes tipo 2 e merece ser melhor investigada e comparada com a terapia periodontal não cirúrgica unicamente."