Avaliação Longitudinal de Fatores Preditivos dos Parâmetros Periodontais em Pacientes com Periodontite na Presença e Ausência de Diabetes
“Periodontite; Diabetes; Fatores Preditivos; Sangramento à Sondagem; Hemoglobina Glicada”
“Atualmente, entende-se que a periodontite é iniciada por uma microbiota sinérgica e disbiótica, na qual, os “patógenos-chave” adquirem um papel importante somente na estrutura de uma sinergia polimicrobiana que é necessária para a expressão da patogenicidade e não apenas pela sua ação isolada. A influência da hiperglicemia no contexto oral tem sido amplamente estudada, principalmente a relação bidirecional da doença periodontal e diabetes, ainda que o mecanismo de interação entre elas não tenha sido completamente elucidado. No entanto, o estado inflamatório persistente acarretado por ambas as doenças é responsável pelo aumento de citocinas pró e anti-inflamatórias capazes de comprometer os tecidos periodontais e vasculares, além de ser capaz de alterar o microbioma por meio da influência dos microrganismos orais no microambiente inflamatório. A descoberta de fatores preditivos pode facilitar a tomada de decisão quanto aos tratamentos médico e odontológico e ser uma ferramenta valiosa de controle. Este estudo teve o objetivo de avaliar os parâmetros clínicos e periodontais de indivíduos que participaram do projeto de extensão “Tratamento Periodontal em Pacientes Portadores de Diabetes Mellitus Tipo 1 e 2”. Foram avaliados 57 indivíduos com suas variáveis demográficas e clínicas. Os resultados da análise de regressão linear simples entre o sangramento com as variáveis demográfica e clínicas mostraram que apenas as variáveis sexo, diabetes, hemoglobina glicada apresentaram uma correlação direta e significativa. Indivíduos do sexo masculino diabéticos ou pré-diabéticos apresentaram percentuais de sangramento gengival significativamente maiores do que pacientes do sexo feminino e sem diabetes (p = 0,0469 e p = 0,0360, respectivamente). No entanto, no modelo de regressão múltipla, apenas as variáveis hemoglobina glicada e sexo foram considerados preditivos significativos, apresentando uma correlação direta com sangramento. Os resultados evidenciam o quanto o nível de hemoglobina glicada influencia diretamente no sangramento gengival e pode ser um fator preditivo valioso, visto que sua avaliação é de fácil aplicação entre clínicos. São necessários mais estudos avaliando a correlação do sangramento à sondagem com a condição oral e sistêmica dos indivíduos.”