"Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono: análise de fatores relacionados à aderência ao tratamento com aparelhos intraorais a longo prazo"
“Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono, Aparelhos Intraorais, Longo prazo, Aderência”
“Objetivos: o objetivo do presente estudo foi de avaliar, de forma subjetiva, pacientes diagnosticados com a Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS), submetidos ao tratamento com o uso de aparelhos intraorais (AIO) por um período mínimo de 10 anos. Métodos: Um questionário personalizado foi enviado de forma eletrônica para 298 participantes diagnosticados com a SAOS, e que haviam iniciado o tratamento com AIO há mais de 10 anos. Os participantes foram questionados se ainda faziam uso do aparelho intraoral, e então divididos em dois grupos, o grupo que ainda fazia uso do AIO e o grupo que havia descontinuado o tratamento. Ambos os grupos foram questionados sobre a presença de efeitos colaterais durante o tratamento, percepção de melhoras nos sintomas da SAOS, satisfação do parceiro com o tratamento, conhecimento e preocupação quanto as consequência do não tratamento da SAOS. Foi adotado um nível de significância de p<0.05. Resultados: 121 (40.6%) pacientes retornaram o questionário completamente preenchido. As principais razões que motivaram os participantes a buscar e iniciar o tratamento para SAOS foram o incômodo do parceiro com o ronco (77.6%) e a presença de sonolência diurna excessiva (66.1%). 54 (44.6%) dos participantes ainda faziam o uso do aparelho intraoral, com um tempo médio de tratamento de 13.2 ± 2.21 anos. No grupo que havia descontinuado o tratamento, a maioria dos pacientes deixaram de utilizar o AIO no primeiro ano de tratamento, e as principais razões para a interrupção do tratamento foi o desconforto do aparelho, e pouca ou nenhuma melhora nos sintomas da SAOS. Melhoras na qualidade do sono, na sonolência diurna e na satisfação do parceiro, durante as noites de uso do aparelho intraoral, foram significantemente maiores no grupo que ainda fazia uso do AIO (p<0.01). Foi encontrada uma significativa associação (p<0.001) entre a não preocupação com as consequências do não tratamento da SAOS e a descontinuação do tratamento com os AIO. Os efeitos colaterais mais relatados pelos participantes foram o desconforto e presença de dor nos dentes. Conclusão: A aderência ao tratamento da SAOS com o uso de aparelhos intraorais ainda é um problema, especialmente com o passar dos anos de tratamento. Um entendimento dos sintomas e efeitos colaterais, associadas à contínua educação do paciente pode ajudar na melhora das taxas de aderência à essa modalidade, melhorando os resultados do tratamento.”