""Homem machuca a gente demais": a experiência de mulheres em situação de violência doméstica e o papel da Atenção Primária à Saúde"
“__Violência Doméstica. Atenção Primária à Saúde. Violência Contra a Mulher. Lei Maria da Penha. Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher _”
“___A violência doméstica é um fenômeno atravessado por diferentes marcadores sociais sendo uma realidade presente no Distrito Federal, afetando a vida de milhares de mulheres. Ao mesmo tempo, como questão de saúde pública, os profissionais da atenção primária devem desempenhar um importante papel no apoio a essas mulheres através de seus atendimentos ambulatoriais. Esta pesquisa teve por objetivo compreender e analisar as manifestações de violência contra mulheres, moradoras do Núcleo Rural Lago Oeste no Distrito Federal, e como se dá a percepção e conduta dos profissionais de saúde da UBS da região adstrita, quando se trata sobre o atendimento de mulheres em situação de violência doméstica. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, usando as técnicas de observação participante e realização de entrevistas semiestruturadas com mulheres vítimas de violência e os profissionais de saúde da UBS onde elas são usuárias. Com a análise da entrevista utilizando o método de biografia coletiva, chegou-se a um panorama comum de como essas mulheres vivenciaram as experiências de violências e como algumas conseguiram sair desses ciclos. Os resultados das entrevistas com os profissionais de saúde demonstraram empatia, ações voltadas para o cuidado, mas, ao mesmo tempo, reconhecimento sobre a falta de capacitação para melhor atendimento dessas mulheres. Na discussão separamos os temas por tipologia de violência, segundo a Lei Maria da Penha, debatendo os relatos das mulheres e dos profissionais com o que diz esta lei e a Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher. Consideramos que a rede de enfrentamento à violência possui diversas lacunas, despreparo e falta de capacitação profissional, falta de comunicação entre os setores multidisciplinares além de apoio individualizado para cada mulher em situação de violência. _________________________________________________”