ESTUDO DA INFECÇÃO PELA ORDEM HAEMOSPORIDA EM AVES URBANAS DE VIDA LIVRE NO DISTRITO FEDERAL.
PCR Multiplex, hemosporideos, Diagnóstico, Urbanização.
O Brasil é o segundo país com maior diversidade de aves, em destaque para o Cerrado que abriga mais de 600 espécies. O processo de urbanização transforma ambientes naturais, fragmenta habitats e reduz a biodiversidade, favorecendo a disseminação de doenças, além disso, as aves podem atuar como vetores ou reservatórios de zoonoses, como a gripe aviária e a malária. A ordem Haemosporida, abriga as principais famílias de hemoparasitas capazes de infectar uma ampla variedade de espécies aviárias. Este trabalho teve como objetivos investigar a ocorrência e identificar os principais gêneros da ordem Haemosporida em amostras provenientes de quatro famílias de aves capturadas em áreas verdes urbanas do Distrito Federal e as possiveis alterações nos leucogramas. Para isso, foram abordadas duas metodologias complementares: areação da polimerase em cadeia convencional (cPCR multiplex) e microscopia óptica para pesquisa direta de hemoparasitas e contagem diferencial de leucócitos. Um total de 226 amostras foram analisadas e destas 45 aves foram positivas por meio da cPCR multiplex e 14 aves também apresentavam gametócitos intra-eritrocitários nos esfregaços sanguíneos. A maior ocorrência foi observada em aves capturadas no período chuvoso (35,3%) com destaque para a espécie Columbina talpacoti (79,3%). Não foram observadas diferenças estatísticas na ocorrência de infecção entre machos e fêmeas, tanto para Columbina talpacotiquanto para Coereba flaveola, indicando que o sexo não influenciou significativamente. Além disso, foi observada uma elevação da razão heterófilos:linfócitos nas aves infectadas, mas sem diferença estatística. Este é o primeiro estudo da ocorrência de hemosporideos em aves de vida livre realizado em áreas verdes na capital do Brasil, localizada no centro do Centro-Oeste. É importante destacar a alta ocorrência da infecção na espécie Columbina talpacoti, ave altamente sinantrópica e adaptada a centros urbanos o que reforça a importância da vigilância epidemiológica e do monitoramento da fauna local.