Efeito do comprimento musculotendíneo do quadríceps femoral na fadiga e desempenho neuromuscular, captação de oxigênio e desconforto induzidos pela estimulação elétrica neuromuscular
Estimulação elétrica; relação ângulo-torque; unidade miotendínea; eletromiografia; espectroscopia de infravermelho próximo.
A estimulação elétrica neuromuscular (EENM) do quadríceps femoral (QF) é utilizada em programas de reabilitação física, uma vez que promove a melhora da função do sistema musculoesquelético. Uma das limitações desta técnica é o rápido surgimento da fadiga e do desconforto sensorial percebido, sendo possível otimizá-la por meio de ângulos articulares adequados (exemplo: 60º de flexão de joelho), ou seja, adequando o comprimento da unidade musculotendínea (UMT). O comprimento da UMT é um determinante da geração de força, fatigabilidade, desconforto e captação de oxigênio. Porém, os efeitos da EENM, aplicada em diferentes comprimentos da UMT na produção de força, fatigabilidade neuromuscular, desconforto e captação de oxigênio não estão claros.
Objetivo: Investigar os efeitos do comprimento musculotendíneo do QF na fadiga neuromuscular, desempenho neuromuscular, desconforto percebido e extração periférica de oxigênio durante EENM.
Métodos: Trata-se de um ensaio crossover, experimental, randomizado e duplo-cego composto por até 44 participantes saudáveis (18-45 anos de idade) de ambos os sexos. O protocolo de EENM ocorrerá a 20% da contração voluntária máxima nas posições: supino com joelho em 60º de flexão (Sup60), sentado com joelho em 60º (Sen60), supino com joelho em 20º (SUp20) e sentado com joelho em 20º (Sen20). Após uma sessão de familiarização, o protocolo consistirá de 36 contrações em quatro sessões separadas por ≥ 72h, uma sessão para cada posicionamento. Os desfechos antes e após o protocolo de fadiga serão a contração voluntária e evocada máximas, o nível de ativação voluntária, a onda M, o reflexo H, a ativação muscular (Root Mean Square), a frequência de ativação, a arquitetura muscular, as propriedades tendíneas, o desconforto sensorial e a extração tecidual de oxigênio. Além disso, a variação da arquitetura muscular, as propriedades tendíneas e o desconforto sensorial serão avaliados durante contrações voluntárias antes a após a fadiga induzida pela EENM.
Resultados esperados: Espera-se que com o joelho a 60º, independentemente da posição do quadril, haja maior fatigabilidade, porém menor desconforto sensorial. A fadiga será explicada por fatores centrais e periféricos, predominando menor eficiência da contratilidade e captação de oxigênio nas posições encurtadas e menor ativação central nas posições alongadas.