ENTRE A CULTURA MARGINAL E O ESPETÁCULO OLÍMPICO: UMA PESQUISA SOBRE A PRESENÇA DO ESTADO NA CENA DO SKATE BRASILEIRO
Esporte; Skate; Estado; Políticas Públicas
A olimpização do skate inaugura um outro padrão de relacionamento do Estado com a modalidade, uma prática e subcultura marginalizada que sofreu com a repressão ao longo de sua história, mas, que, atualmente, garante suporte e condições para a sua produção como esporte-espetáculo. Assim, essa pesquisa busca descrever e explicar como o skate está organizado no Brasil, bem como investigar as relações da modalidade com o Estado após sua olimpização. Para tanto, a partir da contextualização do surgimento e desenvolvimento do skate em meio à invenção de novos esportes no capitalismo tardio, serão apresentadas e discutidas suas formas de profissionalização e organização institucional, bem como analisadas as políticas públicas voltadas para a modalidade no Brasil, em especial, aquelas organizadas a partir do governo federal junto à Confederação Brasilera de Skate (CBSK). Trata-se de uma pesquisa qualitativa que, sob o ponto de vista operacional e técnico, abarcará revisão bibliográfica (sistemática e narrativa) e levantamento documental, este último, realizado a partir de fontes primárias (documentos da administração direta e indireta do governo federal; da CBSK e entidades de administração da modalidade nos estados) e secundárias (documentos produzidos pela mídia especializada). Para o tratamento dos dados e informações, serão combinadas técnicas de análise de conteúdo e análise de políticas públicas, buscando melhor entendimento do processo de industrialização do skate no país, sua gestão e financiamento. A pesquisa parte do suposto inicial de que o skate no Brasil é um esporte que se profissionalizou e se industrializou, movimento que, a partir de sua olimpização, ganha novo impulso, passando a desfrutar de legitimidade perante o Estado para reivindicar garantias e condições para sua produção como espetáculo, mobilizando capital econômico e simbólico. Portanto, o desafio dessa investigação envolve a transição de uma prática corporal historicamente marginalizada, por subverter a lógica “disciplinar” da cidade e do próprio esporte, que passa gozar de grande prestígio, apoiada e financiada pelo Estado como nova modalidade olímpica.