Banca de DEFESA: Tatiane Morelati Rosa de Camargo

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Tatiane Morelati Rosa de Camargo
DATA : 12/12/2023
HORA: 08:00
LOCAL: Ambiente virtual Teams
TÍTULO:

Déficit de força, dor, funcionalidade e qualidade de vida de indivíduos com Síndrome dolorosa do grande trocânter: orientações educativas e efeitos de um programa de exercícios físicos.


PALAVRAS-CHAVES:

Região glútea, lesões do quadril, tendinopatia, dor, exercício


PÁGINAS: 81
RESUMO:

O exercício físico tem sido considerado uma importante estratégia na abordagem da reabilitação de indivíduos com a síndrome dolorosa do grande trocânter (SDGT) e o déficit de força dos abdutores do quadril tem sido associado a esta patologia. O objetivo desse estudo foi investigar a correlação entre o déficit de força dos abdutores do quadril e a SDGT, assim como os efeitos de um programa de exercícios físicos com diferentes modos de treinamento aliado às orientações educativas para o tratamento de indivíduos diagnosticados com esta condição musculoesquelética. Com o objetivo de oferecer fundamentação teórica ao programa de exercícios físicos a ser estabelecido, foi realizada uma revisão sistemática, registrada na PROSPERO (CRD42020216803), na qual as bases pesquisadas foram Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL, the Cochrane Library), Pubmed, Embase, CINAHL, evidence database (PEDro) Physiotherapy. Os descritores utilizados foram região glútea, lesões do quadril, tendinopatia, dor e exercício. Foram incluídos 5 ensaios clínicos randomizados, que utilizaram o exercício físico como intervenção no tratamento da SDGT. Excluídos estudos de coortes, caso controles, revisões sistemáticas e ensaios clínicos com outros diagnósticos. Os artigos apresentaram uma alta qualidade metodológica de acordo com a escala PEDro e um baixo risco de viés, de acordo com o Rob 2.0. No total foram 637 pacientes, sendo 591 do sexo feminino, com idade média de 57,9 (9,52). Foram observadas diferenças significativas no número amostral e uma variação nos tipos de escalas utilizadas para avaliação de seus desfechos de dor, funcionalidade e qualidade de vida, limitando uma meta-análise devido a heterogeneidade. Os cinco estudos utilizaram programas de exercícios físicos resistidos diários com carga mecânica progressiva e reportaram diminuição de dor, melhora do controle motor, da funcionalidade do quadril no longo prazo, além de apresentarem raros e leves eventos adversos. Apesar das limitações, esta revisão sistemática oferece um resumo das evidências atuais sobre os efeitos do exercício físico e os achados deste estudo foram consistentes com estudos anteriores que recomendam que programas de exercícios físicos resistidos diários com carga mecânica progressiva promovem a diminuição de dor, melhora da funcionalidade e da força muscular. Um estudo observacional com corte transversal foi realizado para descrever e analisar a correlação entre o déficit de força dos músculos abdutores do quadril e a SDGT e auxiliar no planejamento do programa de exercícios físicos e da progressão de carga a ser estabelecida durante o ensaio clínico. Foi utilizada a avaliação da contração máxima isométrica na análise de movimentos de flexão, extensão, adução, abdução, rotação interna e rotação externa do quadril, através de um dinamômetro manual. Foram incluídos indivíduos adultos diagnosticados com síndrome dolorosa do grande trocânter com dor persistente na região lateral do quadril acima de 3 na escala visual analógica de dor (EVA), há mais de 3 meses. Foram excluídos participantes com patologias articulares do quadril e proveniente de afecções da coluna. Foram admitidos 46 participantes, 31 com diagnóstico unilateral e 15 acometidos bilateralmente, totalizando 92 quadris avaliados. Foi observada uma relação positiva, significativa e de força média (spearman: 0,542, p < 0,001) entre a força dos músculos abdutores do quadril e a capacidade funcional dos indivíduos diagnosticados com SDGT, pois os indivíduos que apresentaram maior força obtiveram uma pontuação significativamente maior no questionário VISA-G (z: 109, p<0,001) e uma menor pontuação na escala visual analógica de dor. Além disso, observou-se também que indivíduos com SDGT sedentários apresentaram menor força dos músculos do quadril, pior capacidade funcional e maior dor, sendo observada uma correlação positiva e significativa entre o déficit de força dos músculos de quadril e uma pior condição clínica dos participantes do estudo, reforçando a recomendação atual da literatura de que o exercício físico é uma estratégia importante na reabilitação desta condição musculoesquelética. Uma pesquisa prospectiva, paralela, com dois braços, aleatorizada, cega, foi desenvolvida para verificar os efeitos do exercício físico na reabilitação de indivíduos com SDGT. Foram admitidos adultos diagnosticados com síndrome dolorosa do grande trocânter com dor persistente na região lateral do quadril acima de 3 na escala analógica de dor (EVA), há mais de 3 meses. Foram excluídos participantes diagnosticados com patologias articulares do quadril e proveniente de afecções da coluna. Orientações Educativas e um programa com diferentes modos de treinamento para os músculos do quadril, núcleo abdominal e membros inferiores por doze semanas foi conduzido e comparado com um programa de exercícios com diferentes modos de treinamento para os músculos do quadril. Os desfechos avaliados foram dor (escala EVA, algômetro de pressão), funcionalidade (questionário VISA-G), qualidade de vida (EuroQol) e força isométrica dos músculos do quadril (dinamometria manual). Foram incluídos 62 participantes, 56 (90,3%) do sexo feminino e 6 (9,7%) do sexo masculino com média de idade de 57,3 ±13,9 e IMC de 26,8 ±3,3. Os participantes foram randomizados em dois grupos e completaram 12 semanas de tratamento e 24 semanas de acompanhamento. Foi observada uma melhora significativa na redução da dor (z: 6,87, df:61, p< 0,001), no ganho de funcionalidade (z: 6,87, df: 61, p<0,001) no aumento da força muscular (t: 27,15, df: 61, p< 0,001) e na melhora da qualidade de vida (z: 6,85, df: 61, p<0,001) com 12 e 24 semanas de acompanhamento dos participantes, porém não houve diferença significativa entre os grupos (x2 : 0,86, p:0,353). Esses achados podem sugerir que a modalidade específica de contração e quantidade de grupos musculares trabalhados podem não ser o elemento mais relevante, mas a individualização da carga, o exercício físico progressivo e o trabalho de diferentes características do sistema neuromuscular. Em suma, essa dissertação demonstrou uma correlação positiva e significativa entre a prática regular de exercícios físicos, uma maior força dos abdutores do quadril e uma melhor condição clínica em indivíduos com síndrome dolorosa do grande trocânter, reforçando a importância do desenvolvimento de programas de saúde para combater o sedentarismo e prevenir o desenvolvimento de lesões crônicas e debilitantes. Além disso, sugere que o exercício físico progressivo, a individualização da carga e o trabalho de diferentes características do sistema neuromuscular para aliviar dor, melhorar o controle motor e incorporar ganhos de força no movimento funcional são estratégias essenciais no tratamento de indivíduos com esta debilitante condição musculoesquelética.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - ANDREIA PELEGRINI - UDESC
Externo à Instituição - FRANCISCO XAVIER DE ARAÚJO - UFPel
Interna - 1998953 - LIDIA MARA AGUIAR BEZERRA DE MELO
Presidente - 1017867 - PAULO JOSE BARBOSA GUTIERRES FILHO
Notícia cadastrada em: 06/12/2023 16:51
SIGAA | Secretaria de Tecnologia da Informação - STI - (61) 3107-0102 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - app43_Prod.sigaa37