Avaliação dos efeitos do treinamento de equilíbrio em idosos sobre a excitabilidade da medula espinhal.
Reflexo H; Equilíbrio; Envelhecimento; Treinamento de Equilíbrio; Idoso
O envelhecimento populacional está em crescimento. No Brasil, os idosos representam 10,9% da população. A mudança demográfica implica desafios em saúde, prevenção de doenças e quedas na população idosa. Investigar a excitabilidade da medula espinhal por meio dos reflexos medulares a partir de intervenções específicas é fundamental para entender as alterações neurofisiológicas resultantes do envelhecimento. Objetivo: Avaliar alterações na excitabilidade da medula espinhal utilizando reflexo H (evocado no músculo soleus) de diferentes amplitudes localizadas na alça ascendente da curva de recrutamento (CR) após o treinamento no circuito de exercício de equilíbrio (CEE). Comparar os efeitos da contração voluntária dos flexores plantares entre idosos e jovens. Métodos: Amostra foi composta por 17 idosos (65 ± 6 anos) para análise antes (PRE CIRC) e após (POS CIRC) a intervenção do CEE. Para o estudo dos efeitos da contração voluntária participaram 16 jovens (24,0 ±4,8 anos) e 15 idosos (69,1 ± 5,2 anos). Para avaliar a excitabilidade da medula espinhal, foi utilizada a técnica de estimulação elétrica para evocar o reflexo H. Resultados: O estudo não evidenciou diferenças significativas nos parâmetros HTH, H50, H100, e HMAX, sugerindo que não houve alterações na excitabilidade da medula espinha, ou seja, não houve resposta adaptativa neuromuscular ao CEE em indivíduos idosos. A ativação voluntária produziu aumento da amplitude do reflexo H para ambos os grupos (idosos e jovens) (p<0,05), contudo, não houve diferenças significativas nos níveis de facilitação reflexa entre os grupos. Ambos os grupos mostraram um aumento significativo na amplitude de MMAX devido à contração, com uma redução significativa observada no grupo de idosos (p=0,003), mas sem interação significativa entre os fatores idade e ativação muscular (p=0,062). Conclusão: O treinamento específico no CEE para idosos mostrou um impacto limitado na excitabilidade da medula espinhal, mantendo a estabilidade dos parâmetros de amplitude do reflexo H. Os resultados reforçaram a hipótese da influência predominante das vias descendentes durante contrações voluntárias, representando uma contribuição metodológica para o uso do reflexo H com contração nas comparações dos efeitos de diferentes intervenções entre jovens e idosos.