Banca de DEFESA: Rosenkranz Maciel Nogueira

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Rosenkranz Maciel Nogueira
DATA : 21/07/2023
HORA: 14:30
LOCAL: Sala 47 FEF/UnB
TÍTULO:

TENDÊNCIAS TEMPORAIS DA APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE BOMBEIROS MILITARES BRASILEIROS: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE PRECEITOS FISIOLÓGICOS E OCUPACIONAIS


PALAVRAS-CHAVES:

Bombeiro militar; IMC, ACR; NFPA.


PÁGINAS: 100
RESUMO:

Introdução: Os bombeiros são reconhecidos por desenvolverem diversas atividades profissionais de
risco, associadas a elevadas demandas físicas e psicológicas. Devido à natureza do trabalho, é esperado
que os bombeiros possuam elevado nível de aptidão física. A Associação Nacional de Proteção contra
Incêndios dos Estados Unidos (NFPA) recomenda um padrão mínimo de aptidão cardiorrespiratória
(ACR) de 12,0 METs para garantir que os bombeiros possam realizar suas funções com segurança e
eficácia. No entanto, esse padrão não leva em conta as diferenças de aptidão física entre os sexos e o
declínio natural da aptidão física com o envelhecimento. Objetivos: O objetivo deste estudo foi
descrever as mudanças longitudinais da composição corporal e da aptidão cardiorrespiratória de
bombeiros militares (BMs) do sexo masculino. Objetivou-se ainda comparar a prevalência de bombeiros
considerados aptos/inaptos do ponto de vista da ACR com base nos padrões fixo (12,0 MET) e ajustado
para a idade. Materiais e Métodos: Realizou-se estudo de tendência temporal entre BMs do sexo
masculino do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), com base nos Testes de
Aptidão Física realizados entre 2006 e 2018, que englobaram 64.039 avaliações físicas. Desses dados,
foram incluídos todos os BMs do sexo masculino com dados válidos de ACR e IMC em todos os anos
de seguimento. Assim, foram avaliados 1327 bombeiros ao longo de 12 anos, representando 27% da
população atual de BMs do sexo masculino do CBMDF. Empregou-se teste-t pareado para comparar
mudanças na ACR e na composição corporal. Para analisar o tamanho do efeito, foi utilizado o teste d
de Cohen. Pelo padrão fixo, os participantes com ACR <12,0 MET ou ≥ 12,0 MET foram classificados
como inaptos ou aptos. Para o padrão ajustado para a idade, empregou-se a classificação de Cooper,
agrupando-se as categorias superior, excelente e bom como “aptos” e regular, ruim e muito ruins como
inaptos. Empregou-se IMC≥30,0 kg/m2 para definir a obesidade. Para comparar as prevalências foi
utilizado o teste de McNemar. Para verificar o comportamento da ACR ao longo dos anos em diferentes
classificações de IMC de maneira longitudinal foi realizado uma regressão linear com dados em painel.
Para verificar o risco de desenvolver obesidade foi realizado uma análise de sobrevida com o uso das
curvas de Kaplan-Meier para a comparação de variáveis e pontos de corte, e a regressão de Cox foi
usada para determinar a independência e a significância da ACR no tempo até o desfecho obesidade. As
diferenças foram consideradas estatisticamente significativas ao nível de 5%. Empregou-se estatística R
(versão 4.2) e o software JAMOVI (versão 2.2.5). Resultados: Observou-se redução significativa da
ACR e um aumento do IMC entre esses BMs de meia-idade durante o período de doze anos (p<0,001).
A prevalência de bombeiros obesos aumentou significativamente no período de análise, assim como a
prevalência de BMs classificados como inaptos, tanto de acordo com o padrão fixo de 12 METS), quanto
com o padrão ajustado por idade (p<0,001). Após o intervalo de 12 anos, a chance do bombeiro se tornar
obeso foi de 22,5 (11,1 - 45,7) vezes maior. No que diz respeito à ACR, foi observado que após 12 anos
a chance de se tornar inapto, pelo critério fixo, foi 6,1 (4,8 - 7,9) vezes maior, ao passo que quando a
idade é levada em consideração, essa chance foi 2,7 (2,2 - 3,3) vezes maior. Os BMs com ACR <12
METs em 2006 apresentaram um risco de 2,48 vezes para obesidade, em comparação com aqueles com
ACR superior. No modelo corrigido pela idade, o risco manteve-se significativo HR = 2,07 (1,67-2,57).
Observou-se ainda que um aumento de 1 MET reduziu em 28% o risco de o BM se tornar obeso.
Conclusão: Houve um declínio significativo da ACR e um aumento no IMC entre bombeiros militares
brasileiros de meia-idade do sexo masculino durante ao longo de 12 anos. Quando a ACR foi
categorizada com base em um padrão fixo de 12,0 MET ou com base em categorias ajustadas para a
idade, a porcentagem de bombeiros inaptos após o período de acompanhamento de 12 anos diminuiu
significativamente. Evidenciou-se a importância de estabelecer uma abordagem que combine as
demandas ocupacionais específicas, priorizando as exigências laborais, juntamente com uma abordagem
que respeite preceitos fisiológicos de correção para a idade. Em suma, os resultados deste estudo têm
implicações significativas para a saúde e o bem-estar dos bombeiros, bem como para a organização e
planejamento das corporações de bombeiros. É fundamental que sejam adotadas medidas abrangentes e
adaptativas para lidar com os desafios decorrentes do envelhecimento desses profissionais, garantindo
assim a segurança e o desempenho eficiente de suas funções, essenciais para a sociedade.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1866960 - AMERICO PIERANGELI COSTA - UnBExterno à Instituição - EDGARD DE MELO KEENE VON KOENIG SOARES - UAB/UNB
Externo à Instituição - GEORGE CAJATY BARBOSA BRAGA - CBM-DF
Interno - 2353151 - GUILHERME ECKHARDT MOLINA
Externo à Instituição - HONORIO ASSIS FILHO CRISPIM - CBM-DF
Presidente - 1995036 - LUIZ GUILHERME GROSSI PORTO
Notícia cadastrada em: 18/07/2023 11:08
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