<máquinário_b10sensível>: SISTEMAS RETICULARES AFETIVOS ENTRE MÁQUINAS E ORGANISMOS VIVOS
máquinário_b10sensível; Máquina computacional; Organismos Vivos; Redes; Arte e tecnologia; Reticular
A presente pesquisa parte do pressuposto que acoplamentos entre máquinas e organismos vivos, no contexto poético, envolve um sistema de conexão e propagação de afetos a partir de uma experiência que conjuga uma rede múltipla de agentes naturais e artificiais. Trata-se de um sistema não apenas técnico, mas que comporta questões subjetivas do artista, enquanto inventor destes acoplamentos, do observador, enquanto receptor da obra, assim como modos coerentes do vivo, da máquina e seu meio de forma integrativa. A partir desta hipótese, investigamos como a margem de indeterminação dos objetos técnicos, segundo uma perspectiva lançada por Gilbert Simondon, torna-se fundamental devido a abertura que esta proporciona a capacidade do sistema para se relacionar com informações externas e interagir de maneira profícua com o meio associado de maneira emergente. Na presente pesquisa buscamos entender o maquinário não apenas como um artefato técnico, mas como o locus no qual reside a complexa relação entre humano e técnica, capaz de mediar uma troca sensível entre indivíduos, organismos e o meio ambiente, um sistema de acoplamento de sensibilidades amparado pelo seu entorno. A sensibilidade, a qual nos referimos nesta pesquisa, não se trata especificamente de modos de sentir da máquina, à luz de seus dispositivos de monitoramento do mundo, mas sim, um resultado que emerge do contexto de sinergia entre os diversos componentes atuantes de um dado objeto técnico enquanto criação artística. O escopo prático-teórico desta tese visa aprofundar estudos sobre o uso de sistemas computacionais para a construção de tais criações poéticas, considerando o contexto das práticas artísticas em diálogo com as tecnologias da informação, com a cibernética, com a filosofia da técnica e com as produções artísticas que exploram a hibridação enquanto relação sistêmica entre natureza e cultura, assim como visto nos trabalhos de Guto Nóbrega, Gilberto Sparza, Marilia Bergamo, Suzete Venturelli e a dupla Christa Sommerer & Laurent Mignon.