Na noite que ronda, deslocar-se na penumbra
Caminhada; Deslocamentos; Diário; Relatos de viagem; Paisagem; Memória.
Congregando relatos de viagem, textos-enquanto-se-caminha, diários, fotografias, desenhos e mapas, ‘Na noite que ronda, deslocar-se na penumbra’ é constituído pela reiterada prática do atravessamento de um espaço específico na cidade de Goiânia, inscrito nos setores Jaó, Santa Genoveva e Jardim Guanabara, desde o notadamente lúgubre período da Pandemia de COVID-19. A pesquisa se desenvolve, assim, através do gesto poético do caminhar, um método que permite a investigação das variadas camadas dessa espacialidade, que foi extraída de sua pretensa banalidade. Examina-se, nesse sentido, a paisagem, as histórias urbanísticas destes e outros sítios, as memórias do artista, suscitadas durante a experiência com o trajeto, e os eventos cotidianos, perscrutando sobre as formas de se caminhar na noite - e também nos dias - em face a um panorama de instabilidades políticas, sociais, intersubjetivas e familiares, e diante da persistente ameaça antidemocrática, que parece estar vinculada a um passado recente.