Avaliação da Confiabilidade de Bombas de Infusão Hospitalares
Equipamento médico; Bomba de infusão; Confiabilidade; Manutenção
Bombas de Infusão (BI) são equipamentos médicos utilizados para administração de medicamentos ou alimentos de forma contínua e precisa. Esse equipamento é manuseado nos ambientes de saúde desde a década de 60 e são capazes de gerar fluxo do fluido. Ao passar dos anos sua utilização se expandiu, sendo atualmente vastamente empregado nas emergências, UTIs, pediatria e vários outros setores hospitalares. Na pandemia de COVID-19 iniciada em dezembro de 2019, houve intensificação no uso desse dispositivo em razão da demanda de administração de altas doses de sedativos para pacientes em ventilação.Por se tratar de um equipamento médico invasivo, as manutenções são exigidas com periodicidade, a fim de manter o bom funcionamento e precisão na infusão. Essas infusões são comuns na rotina hospitalar e caso falhem podem ocasionar em eventos adversos, que consistem em incidentes que causam ou podem levar a um dano ao paciente, prejudicando seu quadro de saúde. Além dos problemas associados ao paciente, a BI é o equipamento médico que possui maior número de notificações de eventos adversos no Brasil, o que eleva a necessidade de verificação de condições que o dispositivo está operando e minimizando falhas durante o uso.Diante deste panorama, o objetivo desta pesquisa é realizar uma revisão sistemática de literatura para certificar como estudos sobre a confiabilidade das bombas e outros parâmetros metrológicos vêm sendo estudados nos últimos anos. Ademais, propomos analisar a confiabilidade de BI operantes em um hospital brasileiro, utilizando um banco de dados interno construído a partir de um software de Engenharia Clínica. Foram modeladas as distribuições de probabilidade para tempo de reparo e tempo entre falhas, calculados aspectos como confiabilidade e disponibilidade de bombas de infusão hospitalares por meio da análise de falhas, em concordância com as recomendações nacionais/internacionais e investigados os setores hospitalares com falhas recorrentes.As análises realizadas na revisão demonstram que o método gravimétrico é uma proposta que traz resultados positivos na avaliação do fluxo, sendo uma alternativa para os responsáveis da engenharia clínica hospitalar. É evidente que há carência de estudos que abordem conceitos de confiabilidade aplicada a bombas de infusão, destacando os que envolvam ensaios de bancada e in loco. Na avaliação dos equipamentos operantes, foram observados ausência de detalhes para o motivo da falha, na abertura da ordem de serviço o que gera imprecisão no planejamento das manutenções. O maior tempo de reparo foi identificado na Unidade de Terapia Intensiva (Neurológica), essa classe de setor compreende a maioria das bombas. A partir dos presentes valores constata-se uma negligência com tempo de reparo em um setor crítico e possível efeitos adversos ao paciente.