"Uma análise da estrutura sindical brasileira apartir da experiência da sorganizações coletivas de entregadores de aplicativos".
Entregadores de Aplicativos. Sindicalismo. Associações. Estrutura Sindical de Estado.
Esta pesquisa se propõe a investigar se a ação coletiva dos entregadores de aplicativos desafia a estrutura sindical brasileira, com o objetivo de identificar em que medida a atuação de suas organizações coletivas não sindicais transborda os limites legais impostos por essa estrutura, bem como de que modo ela limita a ação coletiva desses trabalhadores. Como método de investigação, foi realizada pesquisa empírica a partir de sete entrevistas com representantes de organizações coletivas sindicais e não sindicais que se envolveram na busca por melhores condições de trabalho para os entregadores de aplicativos (Amae-DF, Atam-DF, Amba, Seambape, Sindmoto-DF e CUT). Essas entrevistas foram analisadas, primeiro, para identificar quais às críticas apresentadas ao sindicalismo pelas lideranças das associações, tendo se identificado como pontos de problemática: i) o afastamento dos trabalhadores; ii) a centralidade da atuação sindical em torno do vínculo de emprego; iii) o estigma em torno da figura do sindicato. Em seguida, é feita discussão sobre como essas associações atuam fora da estrutura sindical de Estado, a partir da compreensão das suas estratégias de atuação para alcançar representatividade entre os entregadores: i) aproximação dos trabalhadores no espaço físico e virtual; ii) mobilização dos “breques”; iii) realização de eventos e a disponibilização de assistência, serviços e cursos. Por fim, aborda-se quais suas estratégias para lidar com a ausência de representação formal desses trabalhadores e se colocar nos espaços institucionais, que vão desde a formação de alianças institucionais à possibilidade de se constituírem enquanto novos sindicatos, o que enseja a discussão acerca da fragmentação gerada pela unicidade sindical a partir do parâmetro artificial de categoria profissional.