"BANIR OU REGULAR: Reconhecimento Facial e Racismo nas Polícias do Berço das Big Techs".
racismo; racismo algorítmico; reconhecimento facial; policiamento.
No presente trabalho busco entender como se deram os processos de regulamentação e/ou banimento da utilização de tecnologias de Reconhecimento Facial em Los Angeles e em San Francisco, ambos municípios do estado da Califórnia nos Estados Unidos. Para isso, no primeiro capítulo trato de compreender de que maneira o discurso científico sobre raça e racismo foi produzido e como a lógica branca da objetividade e neutralidade científica sustentaram a produção científica do racismo. Articulo esse modus operandi à forma com que a utilização de softwares de Reconhecimento Facial vem sendo justificada para utilização para fins de policiamento, demonstrando que o racismo algorítmico desta ferramenta é latente. Ainda, procuro pensar também a forma com que diferentes tecnologias de vigilância vêm sendo criadas e utilizadas para fins de controlar e vigiar os corpos negros ao longo da história. Ao partir para o estudo dos casos, faço a intersecção entre as categorias trabalhadas na primeira parte do trabalho para compreender de que forma as tecnologias de Reconhecimento Facial foram inicialmente implementadas nos territórios estudados para, posteriormente, terem os seus usos regulamentados. Nesse sentido, analiso os processos de regulamentação pelas instituições, bem como os processos de resistência de organizações da sociedade civil a utilização de tecnologias de vigilância, especial o Reconhecimento Facial.