"Morte materna e COVID-19 no Acre".
Mortalidade Materna. Pandemia. COVID-19. Gênero. Raça.
Para o presente trabalho, formulou-se o seguinte problema de pesquisa: “Como as interseccionalidades de vida como gênero, raça e classe precarizaram a vida das mulheres e podem ter influenciado na mortalidade materna no Acre?”. Como objetivo geral pretende analisar de que maneiras as interseccionalidades de precarização da vida na pandemia da COVID-19 impactou a mortalidade materna no estado do Acre. A primeira etapa do estudo será descritiva, de natureza quantitativa, com dados fornecidos pela Secretaria de Estado da Saúde do Acre e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco. A intenção é estabelecer a magnitude dessas mortes, revelando as causas do óbito no período pré pandêmico e durante a pandemia, através do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). A segunda etapa da pesquisa constituirá-se em identificar casos de mulheres grávidas e puérperas que residiam em Rio Branco e que morreram em decorrência de COVID-19. As declarações de óbitos, as fichas de investigação, prontuários e os dados referentes à assistência pré-natal serão estudados. A fase seguinte compreende convidar para uma entrevista pelo menos uma pessoa com laços afetivos ligada à mulher. A combinação de diferentes formas de coleta de dados e a possibilidade de ouvir narrativas, perspectivas e diferentes pontos de vista amplia as possibilidades de análise, em um exercicío e posição de “escutadeira feminista”. Os procedimentos de análise deste trabalho seguirão a teoria fundamentada nos dados de Strauss e Corbin (2008). Essa pesquisa pretende ajudar a revelar os possíveis efeitos da pandemia por COVID-19 na mortalidade materna no Estado. O desenvolvimento de pesquisa no Estado do Acre pode explicitar aspectos locais importantes de serem considerados na tomada de decisões e adoção de medidas de prevenção às mortes maternas. O fortalecimento da política de saúde dirigida a essa população é também um potencial benefício da realização do trabalho. Esta pesquisa parte de uma reflexão no campo dos Direitos humanos sob a perspectiva de Gênero e Raça, compreendendo que a morte materna representa o curso de uma série de violações de vários direitos humanos, principalmente por ser evitável na maioria dos casos.