A MELODIA INSTITUCIONAL DA PRESIDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: COMPASSOS E IMPROVISOS NO USO DOS SEUS PODERES E PRÁTICAS.
Supremo Tribunal Federal; Presidência; Judicialização da Política; Desenho institucional; poderes institucionais.
O Supremo Tribunal Federal e seus ministros estiveram no centro das discussões políticas de maior relevo nacional na última década. A partir desse diagnóstico apontado pela literatura especializada que este trabalho se propõe a analisar a Presidência do Supremo – ator individual centralizado – como um ator específico nesse concerto entre os poderes da República, suas relações com os colegas ministros e com a sociedade. Para atingir esse objetivo, foram realizadas entrevistas com pessoas que trabalharam na Presidência entre os anos de 2001-2023.
Foi possível chegar à conclusão de que a utilização dos poderes e competências regimentais pela Presidência do Supremo Tribunal Federal apresenta certa discricionariedade, na medida em que está sujeita a estilos, inclinações, estratégias, trajetórias, posturas e cautelas (ou ousadias) individuais do ministro que ocupa a cadeira principal da Casa. Assim como numa banda de jazz, onde o ritmo é ditado pela improvisação e pelo ritmo não linear, a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a depender do ministro que a ocupa, apresenta um ritmo mais compassado ou mais improvisado. A depender do humor e da experiência pessoal do intérprete (ministro presidente), interações com músicos companheiros (ministros), ou mesmo membros do público (atores dos outros poderes, imprensa e sociedade), um intérprete ou músico de jazz pode alterar melodias, harmonias ou fórmulas de compasso da maneira que achar melhor.