“A política institucional morreu para juventude? O ativismo político dos estudantes da Universidade de Brasília
Participação Política. Juventude. Motivações. Gramáticas Sociais.
“Esta dissertação busca seguir um caminho contrário ao comumente adotado quando se trata da relação entre juventude e participação política. Nesse sentido, ao invés de averiguar o que afasta os jovens da política convencional e o que explica seu baixo engajamento e interesse nessa forma de ação política, preocupa-se mais diretamente sobre o que leva os jovens, hoje, a participarem da política de uma maneira organizada em um contexto produtor de subjetividades individualistas. Para tanto, realizou-se um estudo empírico com os jovens universitários(as) da Universidade de Brasília (UnB), os quais integraram as organizações estudantis A Gente que Lute e Aliança pela Liberdade, constituídos para a eleição da diretoria do espaço de representação discente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Honestino Guimarães, no ano de 2019, período que representa a última disputa eleitoral discente polarizada ocorrida na universidade. Com o propósito de responder as seguintes questões: Qual o perfil dos jovens estudantes da UnB que se interessam e exercem a política institucional universitária? O que os move para atuarem nessa política institucional, bem como, quais os afetos se encontraram mobilizados para o exercício desta atividade? Nesse sentido, a operação investigativa move-se em dois eixos: 1) A compreensão do que fez esses jovens se mobilizarem para a adesão ao grupo político; 2) O que esses jovens queriam desses grupos. Conclui-se que as experiências de como cada interlocutor da pesquisa chegou ao grupo político são diversas e singulares, pois se relacionam intrinsicamente com os ambientes em que cada um circula, com as relações que cada um tece. Contudo, o ponto em comum entre elas e que possibilita entender a postura polarizada entre os grupos, está nas gramáticas morais utilizadas por eles para julgar o ambiente universitário e sua problemática, o papel do DCE e a função da universidade.”